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    PT ouvirá André Vargas antes de abrir Comissão de Ética

    MARINA DIAS
    DE SÃO PAULO

    10/04/2014 15h46

    A Executiva Nacional do PT decidiu enviar uma comissão de três membros para ouvir o deputado licenciado e ex-vice presidente da Câmara André Vargas (PT-PR) sobre as denúncias envolvendo seu nome e deve criar uma Comissão de Ética para decidir seu futuro no partido.

    Segundo o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, a comissão será integrada por um dos vice-presidentes do partido, Alberto Cantalice, pelo responsável pela "organização" da sigla, Florisvaldo Souza, e por Carlos Árabe, da formação política do PT.

    A decisão foi tomada nesta quinta-feira (10), em São Paulo, após reunião extraordinária da executiva para discutir a situação de Vargas.

    "Previamente à instalação da comissão de ética [no partido], a Executiva Nacional decidiu ouvir o companheiro André Vargas a respeito dos fatos noticiados", disse Falcão em entrevista coletiva após a reunião. O relato da comissão à Executiva Nacional subsidiará "encaminhamentos posteriores", segundo o dirigente petista.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A Folha apurou que enviar uma comissão de três pessoas para ouvir Vargas foi um pedido pessoal do deputado, que conversou com o deputado José Guimarães (PT-CE), integrante da Executiva Nacional, e disse que queria se explicar "pelo menos para o meu partido".

    Durante a reunião, parte da executiva queria a instalação imediata da comissão, mas prevaleceu a avaliação de que seria menos desgastante ouvir primeiro o deputado e desse forma tanto Vargas quanto o PT ganham tempo diante do caso. A comissão deve ouvir o deputado até domingo e, dependendo do resultado, Vargas pode ser suspenso, expulso ou inocentado.

    Sobre prazos para a tomada de decisões, Falcão disse: "não temos pressa, nem depressa". O presidente do partido disse ainda que "à luz dos fatos noticiados", Vargas deve se explicar" e que, formando a comissão, o PT está "atendendo ao primeiro pedido do presidente Lula, que é ouvi-lo".

    Na terça-feira (8), Lula havia afirmado em entrevista a blogueiros que André Vargas precisa "explicar à sociedade" sua relação com o doleiro Alberto Youssef para que o PT "não pague o pato".

    Na semana passada, a Folha revelou que Vargas trocou mensagens com o doleiro, preso no último dia 17 por lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dólar e financiamento ao tráfico de drogas para combinar o empréstimo de um jatinho para o deputado viajar com a família. Os dois também conversaram sobre a negociação de um laboratório com o Ministério da Saúde. Vargas pediu na terça-feira (8) licença de seu mandato por 60 dias e alegou "motivos pessoais" para o afastamento.

    Após se licenciar da Câmara, Vargas divulgou carta dizendo que pretende "preservar a instituição da qual faz parte" e que prepara sua defesa diante do "massacre midiático que está sofrendo, fruto de vazamento ilegal de informações". "Importante ressaltar que André Vargas não é alvo de nenhuma investigação e não foi comunicado oficialmente acerca dos temas tratados pela imprensa", diz trecho da nota.

    PETROBRAS

    Nesta quinta, a executiva do PT também divulgou nota em defesa da Petrobras, respondendo a um outro pedido de Lula, que na terça-feira (8) pediu que o partido e o governo defendessem com "unhas e dentes" a estatal. "O PT assume a defesa incondicional da Petrobras e adverte: quem agride a Petrobras, agride o Brasil", disse o documento.

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