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    'Vou encarar tudo de frente', diz Vargas

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    10/04/2014 18h28

    Acusado de fazer negócios com o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, o deputado licenciado André Vargas (PT-PR) afirmou nesta quinta-feira (10) que tem certeza sobre a sua inocência e que irá encarar os processos de investigação contra ele "de frente".

    Na sua página no Twitter, o deputado contou que está em São Paulo para preparar a defesa que deverá ser apresentada ao Conselho de Ética da Câmara. Na quarta-feira, o colegiado abriu um processo disciplinar para apurar se o petista quebrou o decoro parlamentar.

    "Estou certo de que não cometi ato ilícito e vou provar isso, de cabeça erguida. Não traí a confiança que sempre mereci do povo do Paraná", escreveu.

    O calvário de Vargas começou quando a Folha revelou que uma viagem sua de jatinho, de Londrina a João Pessoa, com familiares, foi paga pelo doleiro. Eles também conversaram sobre a negociação de um laboratório com o Ministério da Saúde. "Como já disse na tribuna, cometi um equívoco, lamento por isto e vou encarar tudo de frente", disse.

    Na rede social, Vargas voltou a reclamar da atuação dos jornalistas. "A imprensa está devassando minha vida, e vendo que não tenho nada a esconder. Meu patrimônio condiz com o salário de deputado", disse.

    O petista afirmou ainda que está triste por ter exposto sua família e seu eleitorado, "a quem devo tudo que sou". "Lamento que minha família e amigos estejam acossados por repórteres. O alvo sou eu, não eles. [...] Tenho uma história e vou defendê-la", disse.

    Ontem, Vargas renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara. Em uma carta enviada ao líder do PT na Casa, deputado Vicentinho (SP), Vargas explicou que deixou o cargo em virtude da abertura de processo disciplinar no Conselho de Ética. "Vou me concentrar na defesa perante o Conselho", disse. Ele afirma ainda que não quer prejudicar os trabalhos da Mesa Diretora e do próprio partido.

    Uma eleição deverá ser convocada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para a escolha de um novo vice-presidente. O PT terá que indicar um nome.

    A Polícia Federal diz que Youssef é um dos chefes de esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões de forma suspeita. A Labogen, afirma laudo da PF, foi usada pelo doleiro para fazer remessas ilegais de US$ 37 milhões ao exterior.

    No início da semana, a Justiça Federal do Paraná enviou para o STF (Supremo Tribunal Federal) parte da investigação da Operação Lava Jato que contém mensagens e diálogos do deputado com Youssef.

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