A Polícia Federal pediu a transferência dos doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Chater para o presídio federal de Catanduvas (PR), considerado de segurança nacional. No pedido, a PF argumenta que a carceragem de sua superintendência é inadequada para os presos e não há segurança.
Foi esse presídio que abrigou o megatraficante Fernandinho Beira-Mar.
Youssef foi preso no âmbito da Operação Lava Jato, sob acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões.
Chater, acusado de movimentar o mercado paralelo de Brasília, era um dos contatos de Youssef, segundo as investigações da PF.
Youssef bancou um voo de jatinho do deputado federal André Vargas (PT-PR), como a Folha revelou. O deputado também ajudou o doleiro a conseguir um acordo com o Ministério da Saúde, pelo qual a instituição do governo pagaria R$ 31 milhões em cinco anos pela produção de um remédio considerado estratégico. O ministério cancelou o acordo assim que a Folha noticiou o episódio.
Vargas diz ter encaminhado o pedido como faz como outros que chegam ao seu gabinete.
O advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto, que defende Youssef, disse que o pedido "é absurdo": "Eles não são criminosos de alta periculosidade para ir para um presídio de segurança máxima. Parece retaliação contra o meu cliente. É uma medida desnecessária e abusiva".