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    Renan ameaça investigar gestão de Campos em ministério de Lula

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    11/04/2014 10h14

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), revelou ontem um dos temas que os governistas devem usar na CPI da Petrobras para desgastar o ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE), provável adversário de Dilma Rousseff em outubro.

    Ao defender que a comissão investigue assuntos não ligados à Petrobras, Renan disse que a CPI deve apurar a relação do Ministério da Ciência e Tecnologia com a empresa Ideia Digital, que faz campanhas eleitorais e marketing político para o PSB.

    "Ora, como é que o Congresso vai investigar a Petrobras, e eu acho que deve investigar sim, e não vai investigar o Metrô, o Porto de Suape, a corrupção que houve com dinheiro público no Ministério da Ciência e Tecnologia, que pagou inclusive marqueteiros nas campanhas eleitorais?", disse Renan.

    Campos foi ministro de Ciência e Tecnologia no governo Lula. O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), líder do PSB no Senado, ocupou a Secretaria de Inclusão Social da pasta em 2003.

    Joel Rodrigues-10.abr.2014/Folhapress
    O presidente do Senado, Renan Calheiros, presidente do Senado Federal, em Brasília
    O presidente do Senado, Renan Calheiros, presidente do Senado Federal, em Brasília

    Senadores do PT pretendem acusar o ministério de ter repassado de forma irregular recursos para a empresa no período em que a pasta foi comandada pelo PSB.

    No pedido de criação da CPI ampliada da Petrobras apresentado pelos governistas, um dos tópicos pede que a comissão de inquérito investigue o "superfaturamento de convênios e contratos" de "projetos na área de tecnologia da informação usando recursos da União".

    O tema foi descrito de forma genérica pelo PT justamente para tentar vinculá-lo a Campos. Os petistas ameaçam relembrar investigação da Polícia Federal, revelada no ano passado, que apontou suspeita de superfaturamento e desvios de verbas em programa de implantação de internet grátis por meio da Ideia Digital com verbas do Ministério da Ciência e Tecnologia.

    Na época da assinatura do convênio (2009), Campos não era mais ministro, mas a pasta estava sob controle do PSB. Segundo a apuração, o desvio de verbas teria sido usado para pagar Duda Mendonça e campanhas do PSB e PSD.

    Em nota, o PSB afirma que o Ministério da Ciência e Tecnologia, na gestão de Campos, não destinou nenhum recurso à empresa Ideia Digital.

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