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    Partidos da base aliada concentram doações eleitorais de lista apreendida

    DE SÃO PAULO
    DE BRASÍLIA

    14/04/2014 03h00

    Partidos que integram a base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff receberam ao menos R$ 35,3 milhões em doações na campanha eleitoral de 2010 de empresas citadas na lista apreendida pela Polícia Federal na casa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

    Esse valor representa 79% do total doado pela Mendes Júnior, Engevix, Iesa e UTC a diretórios e candidatos de diferentes legendas, segundo levantamento da Folha no sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

    Paulo Roberto foi preso no último dia 20 na Operação Lava Jato sob suspeita de integrar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões e que intermediou doações eleitorais, segundo investigações da PF.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A tabela apreendida na casa do ex-diretor da Petrobras, suspeito de repassar dinheiro de empresas contratadas pela estatal a políticos, lista os nomes das companhias Mendes Júnior, UTC/Constran, Engevix, Iesa, Hope e Toyo Setal.

    Todas têm contratos ativos com a Petrobras ou, ao menos, já tiveram contratos com a estatal nos últimos anos.

    O documento manuscrito também cita executivos e, numa terceira coluna, descreve a "solução" relacionada a cada companhia, com anotações descrevendo quem "está disposto a colaborar", "já vem ajudando" ou "já teve conversas com candidato".

    Controlada pelo governo, a Petrobras tem parte de seus dirigentes indicados por partidos da base do governo, como PT, PMDB e PP.

    DOAÇÕES

    Segundo levantamento da reportagem, a UTC Engenharia doou ao menos R$ 20,9 milhões para a campanha de 2010, sendo 83% para PT, PMDB, PP, PR, PC do B, PRTB e PSB, todos da base de sustentação do governo Dilma, exceto este último, que deixou o governo em 2013 para lançar a candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República.

    A Mendes Júnior repassou R$ 13,8 milhões em doações e destinou 65% desse valor a PT, PMDB, PDT, PP, PR, PTB e PHS. Já a Engevix doou R$ 7 milhões, sendo 87% para PT, PMDB, PDT, PP, PR, PSB e PTB, segundo o TSE.

    Já a Iesa, que doou ao todo R$ 2,96 milhões a candidatos e diretórios de partidos políticos em 2010, concentrou 92% de seus repasses para o PT, o PMDB e o PDT.

    A empresa doou R$ 1 milhão para o diretório nacional do PT e R$ 200 mil para o senador petista Lindbergh Farias (RJ). Outros R$ 240 mil foram doados à campanha de candidatos a deputado pelo opositor PSDB.

    A Hope RH doou, no total, cerca de R$ 292 mil a campanhas de candidatos do PSC, PSDC e do opositor PPS.

    A Toyo Cetal, que também aparece na tabela apreendida na casa de Paulo Roberto, não fez nenhuma doação a candidatos ou partidos em 2010, segundo o site do TSE.

    Também receberam doações das empresas citadas na lista apreendida pela PF candidatos do opositor DEM.

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