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    Ex-diretor da Petrobras diz não ter sido rebaixado na ida para BR

    AGUIRRE TALENTO
    MATHEUS LEITÃO
    DE BRASÍLIA

    16/04/2014 14h19

    Alan Marques/Folhapress
    O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró fala na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara
    O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró fala na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara

    O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou nesta quarta-feira (16), em audiência na Câmara dos Deputados, que não foi "rebaixado" ao ser demitido do cargo em 2008 e remanejado para a diretoria financeira da BR Distribuidora.

    Sua declaração rebate afirmação da presidente da estatal, Graça Foster, que ontem afirmou ao Senado que a punição de Cerveró pelos problemas na aquisição da refinaria de Pasadena (EUA) foi a transferência para a diretoria da BR Distribuidora.

    Cerveró também foi demitido da diretoria financeira da BR Distribuidora no mês passado, após a presidente Dilma Rousseff ter vindo a público criticar o resumo executivo feito pelo ex-diretor para embasar a compra de Pasadena.

    "Eu não fui rebaixado, eu fui substituído, que é um processo normal das diretorias da Petrobras. Não há emprego de diretor, é uma condição especial. Da mesma forma que fui nomeado em 2003 fui substituído em 2008. É uma questão de conveniência, o conselho é que decide. Não houve nenhuma punição, inclusive na minha saída está registrado na ata do conselho uma série de elogios ao meu desempenho na área internacional", afirmou Cerveró.

    O ex-diretor disse que não viu a transferência para a BR como uma punição. "Por que me sentiria desprestigiado ocupando a diretoria financeira de uma empresa de sucesso? O diretor da Petrobras tem uma hierarquia e um nível salarial um pouco superior a um diretor da BR, isso é verdade, mas em nenhum momento eu me senti desmerecido por isso", comentou.

    Sobre a demissão da BR, Cerveró disse não acreditar que possa se vincular diretamente a Pasadena, mas não explicou os motivos de sua saída. Ele novamente rebateu Graça ao afirmar que não considerou o projeto de Pasadena "mal-sucedido". Ontem, a presidente da Petrobras disse que "não foi um bom negócio".

    "Ela fala isso no sentido de que olhando do ponto de vista da ótica atual não se pode comparar um negócio que tenha resultado menor com um maior, mas isso não é uma consequência do projeto em si. É uma consequência das mudanças que ocorreram no mercado. Não foi um projeto malsucedido. É um projeto que não pôde ser concluído", afirmou.

    Durante o depoimento, Cerveró admitiu que não enviou os documentos para o Conselho de Administração sobre o contrato da compra da refinaria de Pasadena (EUA) com 15 dias de antecedência, como havia dito seu advogado anteriormente.

    Respondendo questionamentos de parlamentares, Cerveró disse que "houve precipitação" em relação a informação. "Estava viajando [...] e em nenhum momento eu disse que as informações foram entregues com 15 dias de antecedência. Mas o prazo que chegou aos conselheiros eu não sei".

    No inicio do mês, o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, havia afirmado que os conselheiros da Petrobras, incluindo Dilma que à época presidia o Conselho, receberam com 15 dias de antecedência.

    Cerveró completou. "Essa questão de tempo hábil [para análise da documentação] é muito relativo"

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