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    Governo de Minas mantém população fora da celebração da Inconfidência

    PAULO PEIXOTO
    ENVIADO ESPECIAL A OURO PRETO

    21/04/2014 18h33

    A tradicional cerimônia de 21 de abril em Ouro Preto (MG), que celebra a Inconfidência Mineira e os ideais de liberdade dos inconfidentes, manteve mais uma vez a população e os turistas excluídos da praça Tiradentes, palco da solenidade.

    O novo governador de Minas, Alberto Pinto Coelho (PP), repetiu os seus antecessores –Antonio Anastasia e o hoje senador Aécio Neves, ambos do PSDB– e manteve as homenagens ao herói da Inconfidência, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, restrita aos convidados, sendo 240 deles agraciados com medalhas.

    Toda a praça foi ocupada com grades, cadeiras e palanques para as autoridades, convidados e integrantes de corais, músicos e seguranças.

    Coelho assumiu o comando do Executivo com a renúncia do tucano Anastasia, no último dia 4. Eleito vice-governador, ele é do grupo político de Aécio desde 2003. Aécio, pré-candidato do PSDB ao Planalto, será o orador oficial da solenidade neste ano.

    Pela segunda vez, a solenidade ocorre à noite –a última celebração noturna tinha sido em 2012. Como o feriado de 21 de abril emendou com a Semana Santa, Ouro Preto recebeu muitos turistas, que enfrentaram dificuldades de circulação na principal praça da cidade.

    As restrições à presença da população na praça Tiradentes começaram ainda na gestão de Aécio como governador, por causa das manifestações contrárias às suas gestões, a maioria de servidores públicos. No começo, manifestantes aliados tinham espaço, mas depois nem eles.

    Até 2002, último ano da gestão Itamar Franco (1930-2011), as homenagens a Tiradentes eram um espaço aberto para muitas manifestações, pró ou contra os governos do momento, estadual e federal.

    Em 1997, por exemplo, quando governava o Estado o tucano Eduardo Azeredo, o então ministro da Fazenda Pedro Malan foi recebido com jovens com as calças baixas, que se exibiam de costas para o orador oficial. Na ocasião, o protesto era contra a privatização da Vale.

    No ano passado, o presidente da Câmara de Ouro Preto, Léo Feijoada (PSDB), protestou contra a exclusão da população motivada pela praça fechada e estendeu panos pretos no lugar das bandeiras de Minas na sacada da Câmara Municipal, que fica na praça Tiradentes.

    Seguranças reagiram e retiraram os panos, mas não recolocaram as bandeiras. Neste ano, não há bandeiras nas sacadas dos casarões da praça.

    Durante o evento, cerca de 30 estudantes protestaram contra o fechamento da praça, mas fora do espaço da solenidade.

    Paulo Peixoto/Folhapress
    Praça Tiradentes, em Ouro Preto (MG), preparada para cerimônia restrita a convidados
    Praça Tiradentes, em Ouro Preto (MG), preparada para cerimônia restrita a convidados

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