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    PF apreende papéis na casa de coronel que confessou mortes na ditadura

    DO RIO

    28/04/2014 20h13

    A Polícia Federal apreendeu nesta segunda-feira (28) uma série de documentos na casa onde o coronel reformado Paulo Malhães morreu na última quinta-feira, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

    De acordo com o Ministério Público Federal, que pediu a ação à Justiça, foram confiscados três computadores, mídias digitais, agendas e documentos secretos da ditadura militar.

    Malhães morreu durante uma invasão a sua casa, um mês depois de admitir à CNV (Comissão Nacional da Verdade) que torturou e matou presos políticos.

    Nesta segunda, a CNV pediu que o governo do Rio aceite a ajuda da PF nas investigações e não descarte a possibilidade de o militar ter sido vítima de queima de arquivo. O coordenador Pedro Dallari foi recebido pelo secretário da Casa Civil do Rio, Leonardo Espíndola.

    "Malhães fez o depoimento mais importante da comissão. Pedimos que não se descarte a hipótese de queima de arquivo, que é muito forte", disse Dallari.

    Outros dois integrantes da CNV, Rosa Cardoso e José Paulo Cavalcanti Filho, participaram da reunião no Palácio Guanabara. O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, disse a eles que ainda não há indícios que sustentem a tese de queima de arquivo.

    A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte), que foi criticada nesta segunda-feira pelo presidente da Comissão da Verdade do Rio, Wadih Damous. "Este caso não pode ser tratado como uma mera tentativa de assalto", afirmou Damous.

    RIOCENTRO

    Nesta terça-feira (29), a Comissão Nacional da Verdade divulgará relatório que responsabiliza oficiais do DOI do I Exército pelo atentado do Riocentro, em 1981. O documento se baseia em papéis apreendidos na casa do coronel Júlio Miguel Molinas Dias, ex-chefe do destacamento, assassinado em 2012.

    A comissão convocou para depor o então capitão Wilson Machado, que participou da ação frustrada. Ele estava no Puma em que uma das bombas explodiu acidentalmente, matando o sargento Guilherme do Rosário.

    Também foram chamados o general reformado Newton Cruz, que alegou motivo de saúde para não comparecer, e testemunhas que estavam no Riocentro para assistir a um show em comemoração ao Dia do Trabalho.

    O objetivo do atentado do Riocentro era acusar organizações de esquerda de terrorismo e frear a abertura política no governo João Figueiredo (1979-85). O plano foi frustrado pela explosão acidental da bomba.

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