Nome do PSDB para a disputa presidencial, o senador Aécio Neves (MG) disse no fim da manhã desta terça-feira (29) que os resultados da última pesquisa CNT-MDA trazem a "percepção clara e relevante de que há um cansaço" com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Aécio, que cresceu quase cinco pontos percentuais segundo este levantamento, diz que o sentimento de mudança com relação à atual gestão é "crescente" e que espera que a diferença entre Dilma e ele caia ainda mais com o início do horário eleitoral na TV.

"Sempre recebo resultado de pesquisa com absoluta serenidade. É a radiografia de um momento. Mas a percepção mais clara e mais relevante é de que há um cansaço com tudo isso que está aí e um sentimento crescente de mudança", afirmou, após dar uma palestra a executivos de bancos e grandes empresas, em São Paulo.

Segundo ele, é "natural" que à medida que os candidatos da oposição se tornem mais conhecidos se acentue uma "migração de votos que estavam próximos do governo". "Não acredito que isso ocorra numa enorme velocidade, antes do início da propaganda eleitoral. Mas à medida que houver debate e o confronto de ideias existir, aí os números vão se acomodar nos patamares que, acredito, representam o conjunto da sociedade."

Questionado se a nova queda de Dilma em pesquisas eleitorais incentivaria o movimento que alguns partidos da base aliada tem feito nos bastidores pela volta do ex-presidente Lula, Aécio voltou a dizer que o que deve ser combatido é o modelo de governo petista, não importa o candidato da sigla.

O senador foi o primeiro pré-candidato da oposição a abordar diretamente a pressão feita por alguns setores da base aliada, inclusive no próprio PT, pela candidatura de Lula. Já no fim do mês passado, em palestra a empresários, o tucano afirmou que "não importa" se o candidato for o ex-presidente.

O senador teve exposição acentuada nas últimas duas semanas, quando o PSDB levou ao ar sua propaganda nacional na TV e no rádio (da qual Aécio foi a principal atração) e a oposição, liderada por ele, conseguiu emplacar o pedido de abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras na mídia.