Ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao governo de São Paulo, o petista Alexandre Padilha afirmou nesta terça-feira (29) que sua intenção é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja seu "principal cabo eleitoral" na campanha.

Padilha fez a declaração ao comentar a queda das intenções de voto na presidente Dilma Rousseff (PT) e o pedido de parte dos aliados pela candidatura de Lula ao Palácio do Planalto. "Quero a Dilma presidente e o 'Lulinha' solto aqui em São Paulo para ser meu principal cabo eleitoral."

O petista disse ainda "abominar" o envolvimento de seu nome com a Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

O ex-petista e ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados André Vargas (sem partido-PR) citou o sobrenome Padilha em conversas com o doleiro Alberto Youssef, preso na operação.

"Foi Padilha que indicou", disse Vargas a Youssef sobre Marcus Cezar Ferreira de Moura, ex-assessor do Ministério da Saúde contratado para atuar como lobista do laboratório farmacêutico Labogen –que, segundo a PF, é controlado pelo doleiro.

"Eu abomino qualquer envolvimento do meu nome", disse Padilha, em Campinas (a 93 km de SP), onde foi homenageado pela Câmara Municipal com o título de cidadão campineiro na noite desta terça-feira (29).

"Vou fazer a interpelação ao André Vargas e a qualquer outra pessoa que tenha usada meu nome em vão", afirmou o ex-ministro da Saúde. "Se ele [Vargas] usou meu nome em vão, vai ter de se explicar formalmente."

FALTA D'ÁGUA

Sobre a crise hídrica que afeta o Estado, Padilha afirmou que o atual governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB) foi "incapaz de fazer as obras que assumiu".

"O atual governador, que já era governador em 2004 –quando teve a renovação da outorga do Cantareira–, foi incapaz de fazer as obras que assumiu a responsabilidade de fazer", afirmou o pré-candidato. "Ele [Alckmin] assumiu a responsabilidade de fazer um conjunto de obras pra reduzir a dependência do sistema Cantareira e não fez."