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    Padilha diz que acusação de influência de doleiro sobre ele é 'absurdo'

    DE SÃO PAULO

    30/04/2014 15h44

    O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, classificou como "um absurdo" o aparecimento de seu nome em relatório da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que aponta "influência política" do doleiro preso Alberto Youssef sobre o ex-ministro da Saúde.

    Em nota divulgada via assessoria de imprensa nesta quarta-feira (30), Padilha disse que "suposições" foram feitas em relação a ele baseadas em "troca de mensagens de terceiros".

    "Mente quem tenta estabelecer relação minha com qualquer pessoa que está sendo investigada. Meu advogado está indo ao Paraná para ter acesso ao relatório completo da Polícia Federal, porque o meu nome é citado em trocas de mensagens e até hoje eu, que sou citado como envolvido, não tenho acesso a esse relatório", diz o texto.

    Reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" mostra um diálogo interceptado pela PF entre Youssef e a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, no dia 5 de março, através de um aplicativo de mensagem instantânea. Nelma questiona Youssef sobre o "acesso" que o doleiro tem ao delegado-geral da Polícia Civil paulista e cita o nome de Maurício Blazeck, no cargo desde novembro de 2012.

    Jorge Araujo/Folhapress
    Pré-candidato em SP, Alexandre Padilha (PT) participa de evento para formalizar apoio do PC do B
    Pré-candidato em SP, Alexandre Padilha (PT) participa de evento para formalizar apoio do PC do B

    Nelma diz que "queria um cargo para um amigo" no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). "Se o Padilha ganhar o governo ajudo ele e muito", respondeu Youssef. Para a PF, o diálogo "indica possivelmente que (Youssef) tem influência política junto ao candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha".

    O petista não é investigado na Operação Lava Jato, mas seu nome é citado em outros documentos da PF. Um relatório sugere que Padilha indicou no ano passado um ex-assessor para dirigir o Labogen, laboratório farmacêutico comandado por Youssef. A suspeita aparece numa mensagem enviada pelo deputado federal André Vargas (sem partido -PR) a Youssef com o nome e o número do ex-assessor do Ministério da Saúde e os dizeres: "Foi Padilha quem indicou".

    Padilha nega que tenha relação com o doleiro e diz que não fez nenhum tipo de indicação para o Labogen. Na terça-feira (29), Marcelo Nobre, advogado que representa o petista, protocolou interpelação solicitando esclarecimentos a Vargas sobre o uso do nome do ex-ministro. Nobre pediu ainda acesso integral aos relatórios em que Padilha é citado.

    O pré-candidato do PT disse ainda que as "ilações, injúrias e calúnias" acontecem porque sua pré-candidatura ao governo paulista está "incomodando muita gente".

    Segundo o petista, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos irá coordenar seu programa de segurança pública junto com o ex-diretor-geral da PF Paulo Lacerda. "Com a história dessas pessoas, eles não compactuariam com qualquer suposição como essa, com qualquer relação como essa", disse Padilha referindo-se às informações que contam do relatório da PF.

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