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    Presidente da Andrade Gutierrez diz que todas as Copas são uma 'porcaria'

    GRACILIANO ROCHA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

    13/05/2014 10h09

    O presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, disse nesta terça-feira (13), em Paris, que a situação das obras da Copa do Mundo é "tranquilésima" e que o Brasil está melhor do que na África do Sul no quesito organização para o evento.

    Nesta terça, a Folha revelou que, a 30 dias do início do torneio, das 167 intervenções prometidas pelo Brasil para sediar a Copa, apenas 68 estão prontas (41%). Outras 88 (53%) ainda estão incompletas ou ficarão para depois do Mundial e outras 11 obras foram abandonadas.

    "Eu já fui em sete copas do mundo. É a mesma porcaria. Foi uma zona em Tóquio (2002) para chegar ao estádio, mas deu certo. Para entrar no estádio em Joanesburgo (2010), lama no entorno, terra e tinha chovido.
    Nada é tão pronto e tão ruim. No nosso caso é muito melhor do que na África do Sul", disse o presidente da Andrade Gutierrez ao ser perguntado sobre os números revelados pela Folha.

    "A situação [das obras] é tranquilésima. Esse é um problema midiático. Aí vem o senhor Jérôme Valcke [secretário-geral da Fifa] dizendo que está atrasado, que não fez um monte de coisa", criticou o presidente da Andrade Gutierrez.

    As declarações foram dadas durante um intervalo do "The Brazil Business Summit", evento promovido pela revista britânica "The Economist", em Paris (França).

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    CULPA DA MÍDIA

    A Andrade Gutierrez foi responsável pelas obras de quatro estádios (Rio, Brasília, Porto Alegre e Manaus) e integra o consórcio das obras do metrô de Salvador, que só vai entrar em operação no dia 13 de junho, quando as seleções da Espanha e da Holanda se enfrentam no estádio da Fonte Nova.

    "Discordo que haja atraso nas obras da Copa. O que você chama de obras da Copa, eu nem sei o que são. Por exemplo, o metrô de Salvador. Mobilidade urbana não é para a Copa, a gente precisa sempre", afirmou.

    "As obras da Copa do Mundo para as quais eu fui contratado, eu entreguei, sendo que em uma, que é a do [estádio do] Internacional (RS), não só fiz, mas paguei. Eu sou o investidor do único estádio do Brasil com 100% de recurso privado. Não tem recurso público. O próprio clube colocou uns R$ 26 milhões também. Os outros R$ 400 milhões nós é que botamos".

    Segundo o executivo, as críticas feitas ao andamento das obras no país são causadas por mau gerenciamento de imagem do evento pelo governo. "Quando ganhou o Brasil fez festa e todo mundo achou do cacete, maravilhoso. Eu não me lembro de ninguém ou nenhuma mídia reclamando que ganhamos a Copa e a Olimpíada", disse.

    PROTESTOS

    A sede da Andrade Gutierrez em São Paulo, onde fica o escritório de Azevedo, foi um dos alvos dos protestos realizados na semana passada pelos integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).

    "Eles estão reivindicando um terreno próximo ao Itaquerão. E por que o protesto na porta do meu escritório que entreguei os estádios e fui o único que investi dinheiro próprio?", reclamou.

    Pela manhã, ao participar de um painel de debates no evento, Otávio Azevedo disse que o Brasil é o país onde o setor privado tem maior presença na área de infraestrutura entre os BRIC (grupo composto ainda por Rússia, Índia e China).

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