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    Lula afirma que Copa virou 'objeto de feroz luta política eleitoral'

    DE SÃO PAULO

    15/05/2014 14h49

    O ex-presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (15) em sua coluna no site do "El País", versão em língua portuguesa do periódico espanhol, que a Copa no Brasil virou "objeto de feroz luta política eleitoral".

    "À medida que se aproxima a eleição presidencial de outubro, os ataques ao evento tornam-se cada vez mais sectários e irracionais", escreveu em seu artigo "O mundo se encontra no Brasil".

    No texto, Lula destaca que "determinados setores parecem desejar o fracasso da Copa, como se disso dependessem as suas chances eleitorais. E não hesitam em disseminar informações falsas que às vezes são reproduzidas pela própria imprensa internacional sem o cuidado de checar a sua veracidade". "O país, no entanto, está preparado, dentro e fora de campo, para realizar uma boa Copa do Mundo - e vai fazê-lo", concluiu.

    Os protestos realizados na manhã desta quinta em São Paulo foram organizados pelos integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), grupo responsável pela maioria dos atos, e pelos metalúrgicos, ambos ligados às bandeiras do PT de Lula.

    De um lado, os metalúrgicos protestavam contra situação econômica do país e, do outro, os sem-teto pediam a criação de novas políticas habitacionais e a regularização de todas as áreas invadidas na capital paulista até a Copa do Mundo. Os sem-teto prometem novas manifestações na próxima quinta-feira (22).

    De acordo com a Polícia Militar, as manifestações reuniram em toda a cidade cerca de 4.000 pessoas. À tarde, em várias cidades do país haverá o ato chamado de Dia Internacional de Lutas contra a Copa. Sindicatos ligados a duas centrais também farão atos. Na Força Sindical, 15 mil metalúrgicos de São Paulo devem parar fábricas.

    Em seu artigo, o ex-presidente disse ainda que desde o começou apoiou a realização da Copa do Mundo no Brasil e que a decisão não foi econômica ou política, mas pelo o que o futebol representa para os brasileiros.

    "Trabalhei intensamente para que a Copa do Mundo de 2014 fosse realizada no Brasil. E não o fiz por razões econômicas ou políticas, mas pelo que o futebol representa para todos os povos e, particularmente, para o povo brasileiro. A nossa população apoiou com entusiasmo a ideia, rejeitando o preconceito elitista dos que dizem que um evento desse porte "é coisa de país rico."

    O petista também ressalta que o futebol é paixão nacional e é praticado em qualquer lugar no Brasil. "Onde houver uma área disponível, por menor que seja, ali se improvisa uma partida de futebol. Se não tem bola de couro, joga-se com bola de plástico, de borracha ou de pano. Em último caso, até com uma latinha vazia", escreveu lula.

    O ex-presidente ainda reforça que o mundo conhecerá um Brasil diferente daquele que sediou em 1950 a Copa, quando a seleção brasileira perdeu por 2 a 1 o título para os uruguaios no Maracanã, no Rio de Janeiro.

    "O país de hoje é mais próspero e equitativo do que era há seis décadas. Entre outras razões porque a nossa gente –principalmente a que vive no "andar de baixo" da sociedade"– libertou-se dos preconceitos elitistas e colonialistas e passou a acreditar em si mesma e nas possibilidades do país. Descobriu que, além de vencer competições mundiais de futebol, podia também vencer a fome, a pobreza, o atraso produtivo e a desigualdade social. Que a mestiçagem, longe de ser um obstáculo –pior: um estigma– é uma das maiores riquezas do nosso país."

    Lula ainda destaca os avanços nas áreas sociais, como a ascensão da classe média e a baixa taxa de desemprego. "É esse novo Brasil que vai sediar a Copa. Um país que já é a sétima economia do planeta e que, em pouco mais de dez anos, tirou 36 milhões de pessoas da miséria e levou 42 milhões para a classe média."

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