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    Azeredo aparece e diz ter 'condição moral' para defender tucanos

    PAULO PEIXOTO
    DE BELO HORIZONTE

    19/05/2014 18h24

    Denunciado no mensalão tucano, o ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB) foi nesta segunda-feira (19) ao lançamento da chapa do PSDB ao governo de Minas e, ao sair, disse que defenderá a candidatura do senador Aécio Neves à Presidência e a do ex-ministro Pimenta da Veiga ao governo de Minas.

    "Sou fundador do partido, primeiro governador do PSDB mineiro. Vou defender a candidatura do Pimenta, do Aécio. Agora eu queria que vocês da imprensa divulgassem a minha defesa, não apenas aquela loucura do procurador [geral da República, Rodrigo Janot]", disse Azeredo, que renunciou ao mandato de deputado em março.

    Azeredo se referia à denúncia do procurador-geral, que pediu 22 anos de prisão para ele. Logo depois desse episódio, ele renunciou ao mandato de deputado federal e perdeu o foro privilegiado. Em razão disso, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu enviar o processo contra Azeredo por peculato e lavagem de dinheiro para a Justiça em Minas.

    O tucano negou que tenha renunciado como uma manobra para fugir do julgamento no STF. "A imprensa interpreta o que quiser", afirmou. "Eu não queria prejudicar ninguém, os meus companheiros, só por causa disso [renunciei]. Eu já fui governador, senador", completou.

    Azeredo não havia comparecido ao lançamento da candidatura de Pimenta ocorrido recentemente porque, segundo ele, se sentia "injustiçado".

    "Eu estava sentido mesmo. Quem tem moral, quem tem vergonha na cara, fica sentido quando é injustiçado. Eu não fui no evento porque tinha sido injustiçado, não estava bem de saúde. Hoje eu estou participando e vou continuar participando. Tenho muito mais condição moral do que muita gente que está por aí", disse.

    Azeredo sempre negou ter tido participação ou mesmo conhecimento dos supostos desvios de R$ 3,5 milhões de empresas públicas para a campanha eleitoral de 1998, quando ele tentava se reeleger governador de Minas, episódio que é o eixo da denúncia do chamado mensalão tucano.

    O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, preso por causa do mensalão do PT, também atuou no suposto esquema em Minas.

    Questionado eventual participação de Azeredo em sua campanha presidencial, Aécio disse, lacônico: "Da forma que ele achar adequada". Depois, afirmou que o assunto da entrevista deveria ser o Brasil. Pimenta da Veiga, por sua vez, disse que Azeredo "não é condenado".

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