• Poder

    Saturday, 04-May-2024 10:08:54 -03

    PF protegeu ex-marido de Dilma após suposta ameaça de sequestro pelo PCC

    NATUZA NERY
    DE BRASÍLIA

    20/05/2014 17h32

    O ex-marido da presidente Dilma Rousseff, o advogado Carlos Araújo, recebeu no início do mês proteção policial após um relatório de inteligência apontar que um preso informara a intenção do PCC (Primeiro Comando da Capital) de sequestrá-lo.

    Segundo alerta do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) à Polícia Federal, um iraniano preso na penitenciária de Mossoró, no Rio Grande do Norte, teria comentado com agentes penitenciários ter ouvido de outros detentos sobre o plano de sequestro.

    A PF monitorou o advogado por sete dias, na primeira semana de maio.

    Após investigações, porém, os policiais concluíram que a informação não era procedente. Ex-marido e amigo próximo de Dilma, Araújo vive em Porto Alegre (RS).

    Segundo a Folha apurou, o presidiário, apontado como Farhad Marvizi no documento, disse ter ficado sabendo do caso quando cumpria pena no Paraná, antes de ser deslocado para o Rio Grande do Norte.

    Isadora Brant - 28.mai.12/Folhapress
    O ex-marido da presidente Dilma Rousseff, Carlos Araújo
    O ex-marido da presidente Dilma Rousseff, Carlos Araújo

    Diante da informação, o Depen, então, encaminhou comunicado ao Ministério da Justiça, que determinou esquema de segurança por parte da Polícia Federal para proteger a integridade do ex-marido da presidente, pai de Paula, única filha do ex-casal.

    Após levantamentos para checar a informação, foi constatado que a suposta denúncia era improcedente, sendo suspenso o esquema de segurança. A polícia suspeita que Marvizi tinha por objetivo negociar sua deportação. Ele dizia possuir novas informações, mas nunca as apresentou, tampouco conseguiu o benefício de retornar a seu país.

    Ao saber do conteúdo do relatório pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a presidente Dilma Rousseff ficou preocupada e determinou proteção imediata ao ex-marido.

    "A partir de uma relatório de inteligência, eu determinei que fosse realizada a segurança do senhor Carlos Araújo dentro dos padrões normais de segurança para casos assim. Antes disso, eu próprio liguei e disse que, na nossa avaliação, por cautela, seria recomendável que fosse feita a segurança pelo período necessário. Depois disso, a presidente da República foi informada do assunto", afirmou à Folha o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

    Segundo a Folha apurou, a petista ficou muito nervosa ao saber do risco de sequestro.

    A investigação interna mostrou que o iraniano é conhecido pelos agentes penitenciários de tentar plantar informações e prometer mais detalhes em troca de sua deportação.

    A Folha tentou sem sucesso contato telefônico com Araújo por duas vezes.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024