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    Queria ver se um dos principais rostos do PT mudaria de lado, diz publicitário

    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO

    20/05/2014 22h40

    O publicitário que por duas semanas trocou mensagens com o criador do perfil Dilma Bolada nas redes sociais para sondá-lo sobre a possibilidade de trabalhar para a campanha dos tucanos na internet divulgou nota na qual afirma ter atuado apenas para checar "se um dos principais rostos do PT na internet estava realmente disposto a abandonar o partido".

    Nesta terça-feira (20) veio à tona a informação de que, por ao menos duas semanas, Jeferson Monteiro, o dono do perfil Dilma Bolada nas redes sociais, negociou atuar para pessoas próximas à campanha dos tucanos. Hoje, o personagem de Jeferson é a sátira mais famosa da presidente petista na internet.

    Pedro Guadalupe não tem vínculos formais com a campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao Planalto, mas é apontado como colaborador do grupo do tucano em Minas Gerais. Após contato iniciado por uma agência que gerencia perfis famosos na internet, ele trocou mensagens com Jeferson Monteiro nas quais fala sobre uma eventual contratação do Dilma Bolada.

    Reprodução-27.set.2013/Instagram/Palaciodoplanalto
    Jeferson Monteiro, criador do perfil Dilma Bolada, em encontro com Dilma, em setembro de 2013
    Jeferson Monteiro, criador do perfil Dilma Bolada, em encontro com Dilma, em setembro de 2013

    Jeferson admite ter conversado com Guadalupe, mas diz que só topou negociar a venda do perfil para "ver até onde ia a cara de pau" dos tucanos. Ele diz que já conhecia Guadalupe e que queria tornar pública a oferta do publicitário. Diz ainda que, antes de ser procurado pelo publicitário, uma agência que gerencia perfis famosos na rede e intermediou o início dos contatos com Guadalupe ofereceu R$ 500 mil para contratá-lo.

    Em nota, a empresa AMA (Amamos internet) nega que tenha oferecido dinheiro para Monteiro e afirma não ter negócios com partidos políticos.

    Guadalupe nega ter contrato com o PSDB, mas afirma que "é público" que deseja participar da campanha de Aécio. Segundo ele, o criador da Dilma Bolada só decidiu falar sobre a negociação na madrugada desta terça-feira (20) após saber que os e-mails em que tratou da venda do perfil haviam sido encaminhados e a pessoas que trabalham com mídias sociais, inclusive para o PT, e à Folha, no fim da tarde do dia anterior.

    O publicitário fez o primeiro contato com Jeferson para falar do caso no dia 9 deste mês. "Fica no ar a indagação: por que ele esperou até ontem (19) para divulgar a sua versão? Não pode ser apenas coincidência o fato de Jeferson Monteiro ter decidido se manifestar justamente no momento em que a 'Folha de S. Paulo' recebeu as informações", diz.

    *

    LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA:

    Não tenho contrato com o PSDB nem nunca tive. Já trabalhei com o PP, que é um partido da base governista aliada em Minas Gerais.

    2 - É publico que desejo participar da campanha eleitoral de 2014 com o PSDB.

    3 - Em momento algum tive qualquer tipo de iniciativa de procurar a "Dilma Bolada" (Jeferson Monteiro) ou pessoas ligadas a ele para tentar fazer qualquer tipo de acordo comercial.

    4 - Em 29 de abril de 2014, recebi da empresa denominada AMA, que representa personalidades e canais na internet, a informação de que a Dilma Bolada" participava de seu casting e fui indagado se tinha interesse em contratá-la. Embora não estivesse disposto a negociar a contratação da personagem, achei tão estranha oferta, que decidi apurar - mesmo sem ter comunicado essa decisão ao PSDB - se era verdade que um dos principais rostos do PT na internet estava realmente disposto a abandonar o partido.

    5 - Em 9 de maio, enviei um e-mail a Jeferson Monteiro e recebi como resposta a confirmação de que ele estava aberto a negociações. Nesse episódio, eu tive sorte, mas fui ingênuo. Sem saber o que fazer com a informação de que a "Dilma Bolada" estava à venda, encaminhei os emails que comprovam a negociação ao jornal "Folha de S. Paulo", às 18h30 de 19/05/2014. Essa foi a minha sorte, pois demonstra que a iniciativa de divulgar o diálogo foi minha. Cometi, no entanto um ato de ingenuidade: antes de enviar as informações à "Folha de S. Paulo", avisei a alguns amigos que trabalham com o PT que estava com esse material e avaliava a publicação de uma matéria a respeito. Creio que essas pessoas alertaram Jeferson Monteiro, que antecipou a sua versão dos fatos. Basta, no entanto, ler os tópicos do diálogo para constatar a realidade dos fatos. Fica no ar a indagação: como o diálogo foi travado em 9 de maio, por que ele esperou até ontem (19) para divulgar a sua versão? Não pode ser apenas coincidência o fato de Jeferson Monteiro ter decidido se manifestar justamente no momento em que a "Folha de S. Paulo" recebeu as informações.

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