A 21 dias da Copa do Mundo, o governo brasileiro definiu nesta quinta-feira (22) regras para dificultar a entrada de pedófilos no país durante o mundial.

Pelas novas regras, estrangeiros apontados na lista de pedófilos da Interpol ou com suspeitas levantada pela polícia serão barrados, mesmo sem condenação.

A medida foi estabelecida em portaria para tornar mais claras as regras do Estatuto do Estrangeiro, que já barra a entrada de criminosos no país, mas não trata especificamente da pedofilia, seja a exploração sexual infantil ou pela internet.

A regra já valerá para a Copa e continuará em vigor após o torneio. A primeira triagem será feita ainda na emissão dos vistos. Para o caso dos países que não precisam de visto para entrar no Brasil, ou quando o estrangeiro já tiver o visto emitido, a checagem será feita na entrada do país.

"A regra dá ao agente a garantia de que pode barrar e terá o amparo legal", disse a ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos. "A fiscalização é feita em todos os pontos", completou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Após a assinatura da portaria, o ministro da Justiça disse que tem "simpatia" à ideia de tirar da Polícia Federal a atribuição de emitir vistos. Cardozo, contudo, disse que essa é uma opinião pessoal e apenas uma "reflexão".

"Há uma discussão sobre o futuro da Polícia Federal. Há quem defensa e eu tenho simpatia para que a polícia seja cada vez mais de investigação e que não execute atividades administrativas", disse Cardozo.

Perguntado se essa atribuição seria transferida para o Itamaraty, Cardozo disse apenas que os o governo tem discussões permanentes.