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    Em evento de ONGs, presidente ouve '1, 2, 3, Dilma outra vez' e protesto

    TAI NALON
    DE BRASÍLIA

    23/05/2014 13h26

    Pedro Ladeira/Folhapress
    A presidente Dilma Rousseff participa de evento com representantes de ONGs
    A presidente Dilma Rousseff participa de evento com representantes de ONGs

    Ao iniciar seu discurso em evento de ONGs em Brasília nesta sexta-feira (23), a presidente Dilma Rousseff foi interrompida por um grupo de sete pessoas que carregavam faixas e gritavam pelo início de negociações de greve.

    Em clima de campanha, contudo, também foi recebida por grupos de simpatizantes que gritavam jingles eleitorais e pediam por um segundo mandato.

    O ato contra o governo começou ao início de sua fala. As sete pessoas do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) carregavam faixas de greve e gritavam "negocia já".

    O Sinasefe está em greve desde abril, acusam o governo de não cumprir acordos assinados em greves anteriores, que incluem normatização de carreira, benefícios a aposentados, regulação de terceirizações, entre outras reivindicações.

    O fato ocorreu logo depois de ela ser ovacionada pelos presentes, que entoavam gritos de "um, dois, três, Dilma outra vez" e "olê olê olá, Dilma". O auditório, com cerca de 1.000 pessoas, não aderiu ao ato dos grevistas, que foram encaminhados por seguranças à saída do local.

    Desconfortável, Dilma interrompeu seu discurso e disse: "Todos somos democráticos, vocês têm todo o direito de se manifestar. (...) Nós vamos negociar, que é a melhor forma."

    A presidente discursou por cerca de 50 minutos, enumerando realizações do governo na área social. Assinou decreto que cria a Política Nacional de Participação Social, outro que dispõe sobre prestação de contas de ONGs que recebem transferência de recursos da União e que regulamenta lei que dispõe sobre certificação de entidades beneficentes e de assistência social.

    "O Brasil não é feito por aquilo que aparece na mídia, o Brasil é feito por milhões de movimentos, organizações, de pessoas anônimas que lutam para construir um processo de participação de defesa dos seus interesses, e de fato, esse conjunto de pessoas, esse conjunto de pessoas, ele não aparece", disse a presidente.

    O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) afirmou, pouco antes da fala da presidente, que espera que o Congresso aprove na semana que vem o marco regulatório das ONGs, em discussão há anos no governo.

    "O barulho, a manifestação das ruas nos lembram que nós temos que criar novas formas de exercício da cidadania", disse o ministro, que ressaltou querer "lembrar da sua coragem" por não ter determinado "nenhuma repressão, mas abriu as portas do palácio [do Planalto]" para organizações civis.

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