Um dos condenados pelo mensalão do PT, o publicitário Marcos Valério será vizinho de cela do ex-goleiro Bruno na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem –região metropolitana de Belo Horizonte. Um dos condenados do mensalão, Valério ficará, numa cela parecida com a usada pelo ex-jogador, que, coincidentemente, tem o mesmo sobrenome Fernandes de Souza.
O ex-atleta do Flamengo ocupa uma cela individual de 6 m² desde meados de 2010. Ele foi condenado a 22 anos de prisão pelo desaparecimento e morte da sua ex-amante Eliza Samudio.
Na semana passada, o empresário mineiro teve autorização do ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), para deixar o presídio da Papuda, em Brasília, e ser transferido para Minas. Ele foi condenado a 37 anos e cinco meses de prisão e está preso desde novembro passado.
A Secretaria de Defesa Social do governo de Minas planejou colocar o empresário mineiro em uma das celas individuais de um dos 17 pavilhões do presídio. A cela possui uma cama de alvenaria e banheiro equipado com chuveiro, pia e vaso sanitário. Além disso, é direito dos presos terem TV e rádio fornecidos pelos parentes.
As visitas são quinzenais, alternadas entre sociais e íntimas. Valério está separado de Renilda Souza, a mãe de seus filhos, embora ainda casados judicialmente. Desde o ano passado, ele namorava Aline Couto, então com 21 anos. Após a prisão de Valério, a polícia foi chamada por Renilda porque as duas mulheres estavam brigando sobre a posse da fazenda do publicitário na Grande BH.
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LOTAÇÃO
Presídio de segurança máxima, a penitenciária Nelson Hungria tem capacidade para 1.664 presos, mas atualmente tem cerca de 1.900, segundo a secretaria.
Entre os seus presos estão outros dois condenados no processo do mensalão do PT: os ex-dirigentes do Banco Rural José Roberto Salgado e Vinícius Samarane. Eles também ocupam celas individuais desde o ano passado.
O advogado deles, Maurício Campos Júnior, disse que a estrutura física da penitenciária Nelson Hungria "é pior, mais deteriorada" do que o presídio da Papuda. A vantagem, para ele, é que os presos ficam perto da família.
O advogado de Valério, Marcelo Leonardo, aguardava a transferência desde dezembro do ano passado, quando apresentou o pedido. A justificativa para a transferência é que em Minas ele poderá receber a visita da mãe, que é idosa e não pode pegar avião, além de não ter ônus para a família.
Leonardo disse que a transferência de Valério depende agora da vara de execuções penais do Distrito Federal, que deve determinar a escolta, transporte e dia.