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    Janot nega censura à PF em operação com prisão de autoridades de MT

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    27/05/2014 11h38

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou nesta terça-feira (27) que tenha censurado a Polícia Federal ao pedir que o STF (Supremo Tribunal Federal) impedisse delegados de divulgar informações sobre a execução da Operação Ararath.

    A operação foi deflagrada na semana passada e investiga crimes de lavagem de dinheiro, fraudes financeiras e possível desvio de recursos público envolvendo representantes dos três poderes de Mato Grosso.

    A medida gerou reação da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), que chegou a chamar Janot de "censor geral da República". Normalmente, após as operações, a PF promove uma coletiva de imprensa em que explica quantos mandados foram cumpridos e que crimes foram combatidos.

    "Não houve censura nenhuma. O que eu pretendi com isso é que a gente tivesse foco na própria investigação. A investigação tem um escopo e esse escopo não pode ser driblado", afirmou Janot após reunião no Senado.

    "Continuo achando que o sigilo foi razoável porque focamos todos na operação e continuo achando que o sigilo ainda é necessário porque não tivemos condições de analisar tudo aquilo que foi objeto das buscas e apreensões", completou.

    Mario Friedlander - 04.dez.12/ALMT
    O deputado estadual José Riva (PSD)
    O deputado estadual José Riva (PSD-GO)

    O procurador-geral negou que o Ministério Público tenha induzido o ministro Dias Toffoli a erro na decretação da prisão do deputado estadual de Mato Grosso José Riva (PSD) durante a operação.

    "Vou analisar essa questão. O que eu posso dizer é que o Ministério Público Federal em momento algum induziu quem quer seja a erro. Essa é uma visão muito particular do cidadão [Riva] a que se você se referiu", disse.

    Riva é presidente afastado da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e teve o pedido de prisão revogado na sexta-feira pelo Supremo, dois dias após a operação.

    Segundo o advogado, Rodrigo Mudrovitsch, Toffoli acolheu argumento da defesa de que, como se trata de parlamentar, Riva só pode ser preso depois de autorização da Casa Legislativa à qual pertence. A Procuradoria-Geral da República havia recomendado a prisão do deputado.

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