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    Índio fere PM com flechada em ato anti-Copa em Brasília

    AGUIRRE TALENTO
    FILIPE COUTINHO
    GABRIELA GUERREIRO
    MATHEUS LEITÃO
    JOHANNA NUBLAT
    DE BRASÍLIA

    28/05/2014 02h00

    Uma manifestação contra a Copa realizada nesta terça-feira (27) em Brasília, com a participação de índios e sem-teto, terminou em confronto com a Polícia Militar, deixou um saldo de três feridos, causou um caos no trânsito na capital e interrompeu a visitação à taça do Mundial.

    Entre três os feridos está um PM atingido por uma flecha na perna e um manifestante com o nariz quebrado, de acordo com a Polícia Civil. Quatro pessoas foram presas.

    O protesto foi marcado por um grupo que é contra os gastos da Copa, mas acabou reunindo integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que protestavam na cidade contra o deficit habitacional, e cerca de 300 índios que exigiam demarcações de terras.

    O início do confronto ocorreu por volta das 17h, quando a PM barrou, com sua cavalaria, a aproximação dos manifestantes que pretendiam chegar ao estádio Nacional Mané Garrincha, onde a taça da Copa estava em exposição para o público.

    Até aquele momento a passeata, com cerca de mil pessoas, segundo a PM, estava pacífica. Mas, quando os manifestantes chegaram perto da barreira feita pela cavalaria, o clima mudou.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Os índios, que estavam na frente da marcha, aproximaram-se dos PMs empunhando arcos e flechas. A polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo e os manifestantes reagiram com flechadas, paus e pedras.

    O estádio já estava cercado por PMs, para impedir manifestantes de se aproximar.

    "A cavalaria chegou na frente e não paramos. Os cavalos se assustaram, e vieram bombas", disse o cacique Marcos Xupuru.

    Foi nesse momento que um dos policiais do Batalhão de Cavalaria, o cabo Cleber José Ferreira, foi perfurado por flecha na perna esquerda.

    A PM passou cerca de meia hora lançando bombas de gás para dispersar os manifestantes, que recuaram e acabaram chegando próximo aos motoristas retidos no trânsito.

    Por 20 minutos, cerca de dez veículos foram bloqueados pelos índios, que ainda empunhavam arcos e flechas e apontaram para motoristas.

    As bombas de gás chegaram a atingir uma feira de artesanato próxima ao estádio. Por volta das 18h, a polícia liberou o trânsito no Eixo Monumental, uma das principais vias da cidade, e o grupo voltou caminhando pelo canteiro central.

    Os líderes do protesto disseram que pretendiam ter ido ao estádio para ver a taça e que foram recebidos com violência. "Assim que chegamos, a PM começou a jogar bomba", disse Edson da Silva, dirigente do MTST.

    A Secretaria de Segurança local informou que a ação da PF foi eficiente para proteger "o grande público, especialmente crianças, estudantes e idosos que estavam no evento de visitação da taça".

    Segundo a Coca-Cola, que organiza o evento, a visitação foi suspensa por segurança, e a taça foi retirada do local. Para esta quarta (28), a exposição da taça está mantida.

    Os organizadores do protesto prometem outra manifestação para a sexta-feira (30) e serão feitos atos em todos os dias de jogos em Brasília.

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