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    Dilma oferece tropas do Exército a Estados que receberão a Copa

    VALDO CRUZ
    FILIPE COUTINHO
    DE BRASÍLIA

    27/05/2014 23h07

    Preocupada com a segurança no período da Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff quer a presença do Exército em todas as 12 cidades-sedes onde serão realizados jogos do mundial.

    Previsto para ser usado no evento em casos de emergência e contingência, o Exército, pelos planos do governo federal, pode participar das ações de segurança da Copa trabalhando em conjunto com a Polícia Militar.

    Nesta terça-feira (27), a presidente Dilma revelou a empresários, durante reunião no Palácio do Planalto, que enviou carta oferecendo o envio das tropas a todos os governadores de Estados onde haverá jogos do mundial.

    Segundo relato de um empresário, Dilma disse que, em sua opinião, as tropas devem ser colocadas à disposição e enviadas preventivamente às cidades-sedes da Copa.

    "O que está em jogo é a imagem do país, e eu não vou permitir que se repitam as cenas de violência da Copa das Confederações", afirmou a presidente a empresários durante o encontro em que anunciou que a desoneração da folha de pagamento será uma medida permanente.

    Ela informou, sem citar nomes, que alguns governadores já responderam positivamente, mas outros não. E demonstrou, de acordo com relatos, desejo de que os demais respondam o mais rápido possível para que as Forças Armadas possam planejar a disponibilização das tropas.

    Na reunião, a presidente lembrou que ela depende da autorização dos governadores para enviar os militares, caso contrário estaria cometendo uma irregularidade. Chegou a brincar que poderia até ser alvo de um processo de impeachment.

    A presidente disse que, para ela, o Exército pode trabalhar em apoio à Polícia Militar, formando, por exemplo, círculos de proteção em áreas de risco, delimitando os territórios para a PM.

    Durante a reunião, ela disse ainda que acha "gravíssimo tentar fazer política com a Copa" e que irá a três jogos.

    De acordo com o plano original, as polícias locais devem fazer a segurança ostensiva durante o mundial nas ruas. Dentro do estádio a segurança é privada.

    Cabe ao Exército fazer a segurança estratégica, de fronteiras, defesa química, cibernética e contra o terrorismo.

    Outro grupo formaria uma força de contingência, com um total de 21 mil militares das Forças Armadas.

    Na prática, ao enviar a carta aos Estados, Dilma se antecipa à emergência e coloca os militares à disposição para atuar junto com a polícia. Pela Constituição, contudo, o Exército só pode atuar a pedido dos Estados. Por isso a importância do gesto de Dilma, uma vez que ela não pode avançar mais e colocar o Exército na rua.

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