O pré-candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara, disse nesta quinta-feira (29) que sente "honra" por receber apoio de políticos tradicionais do Estado, como o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE) e o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE).
"As pessoas citadas são pessoas que têm contribuição para Pernambuco, que ajudaram Eduardo [Campos] a governar, e que a gente tem a honra de tê-los nos ajudando", disse após ser questionado sobre como lidaria, em um eventual governo, com o apoio de nomes que não representariam a "nova política" pregada por seu partido.
A declaração foi feita na tarde desta quinta-feira (29), durante sabatina promovida pela Folha, pelo portal UOL -ambos do Grupo Folha- e pelo SBT.
| Matheus Britto/Folhapress | ||
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| Paulo Câmara (PSB-PE) foi escolhido por Eduardo Campos para disputar o governo de Pernambuco |
O pré-candidato afirmou, contudo, que os aliados terão que se "enquadrar" na forma de gestão de seu governo. "Todos os nossos aliados vão ter o espaço necessário para nos ajudar a governar, agora vão ter que se enquadrar no modelo de gestão que a gente implantou."
Recém-filiado ao PSB, Paulo Câmara, 41, era secretário da Fazenda no governo Eduardo Campos (PSB-PE) e foi escolhido para a disputa pelo ex-governador e pré-candidato à Presidência. É hoje o pré-candidato no Estado que atraiu o apoio do maior número de partidos.
Câmara citou diversas vezes o nome do ex-governador Eduardo Campos e números de sua gestão para afirmar que seu projeto de governo é de continuidade. "Nós temos condições de continuar o avanço de Eduardo [Campos], mas de fazermos mais e mais rápido", disse.
Segundo o pré-candidato, seu partido instituiu uma forma de gestão baseada em meritocracia, no cumprimento de metas, na redução de despesas e no aumento da arrecadação de recursos sem aumentar os impostos.
O pré-candidato respondeu a perguntas feitas pelos jornalistas Daniel Carvalho, correspondente da Folha no Recife, Antônio Martins Neto, da TV Jornal, e Felipe Lima, do "Jornal do Commercio".
O próximo pré-candidato a ser sabatinado em Pernambuco é Armando Monteiro Neto (PTB), em 5 de junho. O pré-candidato Zé Gomes Neto (PSOL) participou do primeiro programa, no último dia 22. Também já houve sabatinas também com pré-candidatos aos governos do Rio Grande do Sul e de São Paulo.
RESSOCIALIZAÇÃO DE PRESOS
Segundo Paulo Câmara, uma das áreas em que o atual governo deixou a desejar foi a de ressocialização de presos. "A questão da ressocialização é uma questão em que nós tivemos problemas na execução de alguns projetos que nós entendemos como importantes", disse.
Ele citou como um desses problemas o atraso nas obras do presídio de Itaquitinga, na região metropolitana do Recife. Segundo o pré-candidato, essa "é uma obra que já devia ter sido concluída".
Ele atribuiu o atraso a "problemas" com o parceiro privado da obra e disse que "faltou buscar uma solução mais rápida". "Foi uma PPP [parceria público-privada], onde tivemos problemas com o parceiro privado que não conseguiu executar em tempo hábil essa obra", disse.
O pessebista prometeu criar, caso seja eleito, um programa de qualificação profissional de detentos para permitir sua ressocialização após o cumprimento das penas.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Paulo Câmara defendeu uma reforma tributária no país e a criação de uma política de desenvolvimento regional para atrair investimentos para Estados pobres das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Por esse motivo, segundo ele, Pernambuco precisa manter a política de incentivos fiscais para atrair investimentos ao Estado.
"Infelizmente hoje no Brasil não há uma política tributária adequada, uma política de desenvolvimento regional que faça com que os investimentos cheguem nos Estados mais pobres. Por isso que nós tivemos que dar os incentivos fiscais, se não, nada viria para Pernambuco", afirmou.
Segundo o pré-candidato, o atual modelo industrialização no Estado "é uma agenda do século passado", e é preciso investir em "economia criativa" e "economia do conhecimento".
DESENVOLVIMENTO SOCIAL
O pré-candidato citou números da gestão do ex-governador Eduardo Campos sobre educação, saúde e segurança pública e afirmou que dará continuidade às atuais políticas, como ampliação da rede estadual de escolas técnicas e de tempo integral.
Para a área de saúde, o pessebista afirmou que os hospitais estão sobrecarregados porque há uma "epidemia de acidentes de carro e moto", e prometeu, caso seja eleito, criar um setor de cirurgias programas nos hospitais estaduais.
Sobre segurança pública, Câmara afirmou que o Recife deixou de ser a capital mais violência do país, com uma redução em 60% no número de homicídios no governo atual.
"Precisam ser enfrentadas as questões sociais quando vem o desenvolvimento econômico, como está vindo em Pernambuco. Isso precisa ser bem trabalhado com parceria e políticas públicas, e o Estado tem que ser ator também desse processo", disse Câmara.
MÁQUINA PÚBLICA
Questionado se pretende cortar ou criar novas secretarias em um eventual governo, Paulo Câmara respondeu de forma genérica. "A estrutura do Estado pode crescer ou diminuir de acordo com o momento. E a gente vai, no momento certo, ver a forma de divulgar isso", afirmou.
Sobre gastos com pessoal, afirmou que há necessidade de contratação de mais servidores e de repor perdas salariais, mas afirmou que o governo tem que gerir essas necessidades com "responsabilidade". "A gente tem como premissa que a despesa com pessoal cresça de acordo com o crescimento da receita", afirmou.
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