A participação de um dos filhos do ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE) na disputa pelo comando da juventude do partido em Pernambuco provocou um racha na família do presidenciável.

Oficialmente o cargo de secretário-geral da juventude é disputado pelo atual presidente e por seu vice.

Mas a vereadora do Recife Marília Arraes (PSB-PE), 30, prima de Campos, acusa a cúpula do partido de "impor" o nome do segundo filho do ex-governador, João, 20.

"Sinto-me atingida, como militante, ao ver um movimento oposto ao da democracia na JSB [juventude]."

A vereadora prima de Campos diz que "existe uma articulação maior para que outro jovem, sem envolvimento na juventude partidária, assuma o posto", por meio do qual terá assento na Executiva Estadual do partido.

FAMÍLIA NAS URNAS

Neta do ex-governador Miguel Arraes (1916-2005), assim como Campos, Marília é filha do administrador Marcos Arraes, irmão da ministra do TCU (Tribunal de Contas da União) Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos.

Ela começou na política acompanhando o avô e depois seguiu o primo, apesar de algumas discordâncias.

Marília pretende disputar uma vaga de deputada federal, mas não conta com apoio de Eduardo Campos.

Nos bastidores, o que se comenta é que o pré-candidato ao Planalto não quer integrantes da família na disputa eleitoral deste ano e que já teria vetado inclusive o filho João, que tentaria uma vaga de deputado federal.

Em vez de familiares, Campos pretende distribuir as "vagas" de puxadores de voto a aliados, em troca de apoio às campanhas dele e do pré-candidato ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara, do PSB.

A assessoria de imprensa de Eduardo Campos informou que ele não se pronunciaria sobre o assunto.

Também procurado, o presidente estadual do PSB-PE, Sileno Guedes, não havia se manifestado até o início da noite desta terça-feira (3).