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    'Avançamos', diz procurador após início do julgamento de Pizzolato

    SEVERINO MOTTA
    DE BRASÍLIA

    05/06/2014 21h27

    Responsável pela cooperação jurídica internacional do MPF (Ministério Público Federal) o procurador Vladimir Aras disse nesta quinta-feira (5) que algumas questões apresentadas pela defesa do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foram derrubadas no início do julgamento que aconteceu na corte de Bolonha, na Itália. Por isso, acredita que houve avanço rumo à extradição do condenado no processo do mensalão.

    "Nós avançamos pois derrubamos algumas questões preliminares trazidas pela defesa [de Pizzolato]", disse.

    Aras comentou que os advogados do condenado queriam que ele fosse absolvido sumariamente pois todas as 8,4 mil páginas da decisão do processo do mensalão não foram traduzidas para o italiano.

    "Nós dissemos que todas as partes da decisão relativas a Pizzolato foram traduzidas e as juízas que tratam do caso, após ficarem reunidas por cerca de uma hora a portas fechadas, disseram o seguinte: 'nós não consideramos necessária a junta das 8 mil páginas'", revelou.

    Aras, que participou de toda a sessão de julgamento em Bolonha, também explicou que o caso foi adiado para outubro após as juízas do processo entenderem que deveriam aguardar a chegada, por vias diplomáticas, de um dossiê sobre as condições dos presídios de Brasília ou de Santa Catarina, onde Pizzolato cumpriria pena.

    Segundo Aras, na prática, o material já estava em posse da corte, uma vez que foi enviado pelo chamado canal Interpol, que é mais ágil que as vias diplomáticas comuns.

    Enquanto o canal Interpol é uma ligação direta entre policiais, as vias diplomáticas usam embaixadas e ministérios das relações exteriores e da justiça dos países envolvidos, fazendo com que a tramitação de documentos seja mais lenta.

    "Devido ao canal Interpol a corte já tinha o dossiê e as fotos dos presídios com legendas traduzidas para o português. Mas, como havia a informação de que o material também havia sido canalizado pelas vias diplomáticas, as juízas prefeririam aguardar a chegada por esta via para retomar o julgamento", explicou.

    O procurador ainda comentou que o caso inicialmente havia sido adiado para julho, mas o advogado de Pizzolato alegou que, na data, estaria tratando do caso de um processo de outro cliente e não poderia estar em Bolonha.

    A data livre após o dia 8 de julho era somente a de 28 de outubro, data que ficou agendada a retomada do julgamento.

    Para a remarcação, a defesa de Pizzolato também teve de se comprometer a não apresentar recursos judiciais no caso da composição da corte, que conta com três juízas, ser alterada.

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