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    Alckmin rechaça greve e diz que servidores do Metrô podem ser demitidos

    DE SÃO PAULO

    08/06/2014 20h10

    O governador Geraldo Alckmin (PSDB) classificou neste domingo (8) a greve dos metroviários como "abusiva e ilegal".

    O tucano disse que os funcionários que não retornarem ao trabalho podem ser demitidos por justa causa, já que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou que a greve deveria ser encerrada.

    "Quero deixar claro que quem não for trabalhar incorre em possibilidade de demissão por justa causa, porque a greve é abusiva", afirmou.

    O reajuste oferecido pelo Metrô foi de 8,7%. Segundo Alckmin, no entanto, esse percentual varia entre 10,6% e 13,3%, se forem contabilizados aumentos em benefícios como o vale-alimentação.

    Ainda de acordo com o governador, o Estado não trabalha com a possibilidade de que a greve continue até quinta (12), dia do início do Mundial, quando o Brasil estreia contra a Croácia no Itaquerão, na zona leste da capital paulista.

    "Nós esperamos que isso se resolva não até quinta-feira, mas até amanhã [esta segunda (9)]."

    MANUTENÇÃO DA GREVE

    Os metroviários de São Paulo decidiram pela continuidade da greve em assembleia realizada na tarde deste domingo (8), após decisão unânime do Tribunal Regional do Trabalho considerando a greve abusiva.

    Uma nova assembleia da categoria está marcada para as 13h desta segunda-feira (9), para avaliar a continuidade da paralisação. O rodízio de veículos na capital está suspenso nesta segunda-feira, segundo a CET.

    JULGAMENTO

    Pela manhã, o grupo de oito desembargadores do TRT determinou ainda que seja dado aos trabalhadores o reajuste salarial de 8,7%, percentual oferecido pelo Metrô, frente à uma inflação de 5,81%. A categoria pedia 12,2%. O último reajuste, de 8%, foi concedido no ano passado, ante INPC de 7,2%.

    Decisão do tribunal fixou em R$ 500 mil por dia a multa para os sindicatos dos metroviários e dos engenheiros caso a paralisação continue após o julgamento. Para os quatro dias de greve anteriores à sessão deste domingo, o valor é de R$ 100 mil ao dia.

    Também por unanimidade, os desembargadores decidiram que os dias parados serão descontados do salário dos grevistas.

    O piso salarial dos metroviários é de R$ 1.323,55. A data-base é de 1º de maio.

    Em nota, o Metrô afirmou que respeita a decisão do TRT e cumprirá as determinações da Justiça. A companhia aguarda o retorno imediato dos empregados ao trabalho para que o sistema volte a operar integralmente. Os excessos apurados durante a greve serão tratados em conformidade com os instrumentos internos e a legislação trabalhista.

    ESTAÇÕES

    Neste domingo, quarto dia da greve, as estações demoraram ao menos uma hora e meia para abrir. Durante a tarde, 30 das 61 estações administradas pelo Metrô estavam abertas, além das seis estações da linha 4-amarela, que é operada pela iniciativa privada.

    O trecho entre as estações Paulista e Faria Lima, porém, ficou fechado devido a obras. A ligação foi feita por ônibus do sistema de emergência Paese.

    A linha 1-azul funcionou da estação Ana Rosa à Luz; a linha 2-verde, da Ana Rosa à Vila Madalena; e a linha 3-vermelha, da Bresser-Mooca à Marechal Deodoro. A linha 5-lilás operou sem restrições.

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    RAIO-X DOS METROVIÁRIOS¹

    9.475 funcionários, sendo 2/3 responsáveis diretos pela operação:
    3.136 operadores
    1.206 oficiais de manutenção
    1.147 seguranças
    1.016 técnicos
    Piso: R$ 1.323,55
    Orçamento do sindicato: R$ 5,5 milhões/ano
    Data-base: 1º de maio

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    NEGOCIAÇÃO

    Reivindicação dos metroviários: 12,2%, reivindicação anterior era de 16,5%

    Proposta do governo do Estado: 8,7%, proposta anterior era de 7,8%

    Último reajuste concedido: 8%, ante INPC de 7,2%, no ano passado

    -

    HISTÓRICO DE GREVES NO METRÔ²
    23.mai.2012
    2 e 3.ago.2007
    14.jun.2007
    15.ago.2006
    17 e 18.jun.2003
    25 e 26.jun.2001
    2.jun.2000
    9.dez.1999
    24.nov.1999

    ¹Em dez.2013
    ²Paralisações que acarretaram na suspensão do rodízio de veículos
    Fonte: Metrô, Sindicato dos Metroviários, CET

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