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    Adversários usam 'oportunismo do mais deslavado nível', diz Dilma

    TAI NALON
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    10/06/2014 13h08

    Em discurso na convenção do aliado PDT nesta terça-feira (10), a presidente Dilma Rousseff fez um dos discursos mais veementes contra seus principais adversários na disputa ao Palácio do Planalto.

    Sem citar os nomes do senador tucano Aécio Neves (MG) e do ex-governador pernambucano Eduardo Campos (PE), ela classificou as tentativas de remodelar o Bolsa Família e o Mais Médicos de "oportunismo do mais deslavado nível".

    O PDT formalizou, por unanimidade, a aliança à campanha à reeleição de Dilma. O anúncio foi feito pelo presidente nacional da sigla e ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, defenestrado em 2011 de seu próprio governo após acusações de irregularidades em contratos. A sigla garante a Dilma um minuto na propaganda eleitoral que será exibida no rádio e na televisão.

    "O povo do não vai dar certo ele geralmente faz o seguinte: quando a gente lança o programa, eles falam: 'não vai dar certo'. Aí nós fazemos o programa e eles falam: 'não vai dar certo, isso é um absurdo, esse programa não vale'. Agora sabe o que eles estão fazendo, Lupi? Eles estão dizendo: 'o programa não é monopólio de ninguém, o programa pode ser usado por nós'. Obviamente, não deixa de ser um raciocínio. Agora, mostra um oportunismo do mais deslavado nível", disse Dilma.

    A presidente se refere à proposta de Aécio, aprovada há duas semanas na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que mantém o pagamento do Bolsa Família por seis meses para chefes de família que ultrapassarem a faixa de renda prevista pelo programa. Caso entre em vigor, as novas regras passarão a valer para os casos em que o beneficiário conquistar emprego com carteira assinada.

    Segundo o governo, entretanto, a regra de permanência existe desde 2008. Até abril, 1,3 milhão de famílias com renda superior a R$ 140 per capita usaram essa proteção. Delas, 936 mil recebiam o benefício extra há mais de seis meses.

    Em seu discurso nesta terça-feira, Dilma também alfinetou o ex-aliado Campos e desqualificou, sem atribuir a ele, declaração de que ele manteria o programa Mais Médicos –uma das principais vitrines da gestão petista.

    "Fizeram isso com o Mais Médicos. Vocês se lembram a oposição que nós tivemos com o Mais Médicos? Mas agora que nós trouxemos para o Brasil 14 mil médicos, um pouco mais de 14 [mil], beneficiamos 49 milhões de brasileiros que não tinham cobertura", disse a presidente.

    Segundo Dilma, somente sua coalizão é capaz de "combater o retrocesso, a volta atrás, o arrocho salarial, o desemprego, a recessão".

    Em nova referência velada a Aécio, disse: "O nosso lado sabe fazer isso, por isso nós somos capazes de avançar, nós somos capazes de aprofundar a distribuição de renda, garantir crescimento com estabilidade, ampliar as conquistas e a soberania do país. Porque eu não fui eleita para tirar direito de trabalhador, para adotar medidas –agora chama assim, de medida antipopular, chama medida impopular, é um artifício de linguagem. Não fui eleita para isso. Não fui eleita para colocar o país de joelhos".

    A CONVENÇÃO

    O presidente do partido, o ex-ministro Carlos Lupi, elogiou a gestão petista e afirmou que o partido irá contribuir em um eventual segundo mandato com propostas para a educação. "Temos absoluta confiança de que a sua vitória será a vitória do povo brasileiro. [...] A educação é a nossa bandeira. É ela que liberta. que dá cidadania e faz o povo ficar de pé", afirmou.

    Lupi também destacou o avanço da mulher na política e afirmou que o Brasil é um país machista. "Não é fácil ser mulher em um país machista e vencer. Não é fácil ter tantos setores da elite que veem o povo levantar a cabeça e vencer", afirmou.

    Os ministros Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) e Aloísio Mercadante (Casa Civil) acompanharam Dilma durante a convenção pedetista. O presidente do PT nacional, o deputado estadual Rui Falcão, também participou do evento. Dilma foi filiada ao PDT até 2002, quando deixou o partido para integrar o PT.

    INFLAÇÃO

    Em sua fala, Dilma também destacou ganhos do governo na área econômica e prometeu "inflação sob controle" e "manter um crescimento contínuo".

    "Aliás, falando de inflação, é bom dar números. Se você comparar os três primeiros anos do governo de FHC, a inflação chegou a 12,43%. Nos três primeiros anos do governo presidente Lula, como ele tinha recebido a inflação lá em cima, ele baixou para 7,2%. E nos meus três primeiros anos eu garanti que ela ficassem e 7,08%", disse Dilma em seu discurso.

    Segundo ela, "hoje tem uma campanha que disse sistematicamente que a inflação está sem controle no Brasil". "Todo mundo sabe que a inflação no Brasil é cíclica", disse, ao explicar que os preços caem entre maio e setembro e sobem entre outubro e abril.

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