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    Com greve, torcedores ficam sem ônibus para ir a jogo da Copa em Natal

    NATÁLIA CANCIAN
    DE SÃO PAULO
    RENATA MOURA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NATAL

    13/06/2014 11h48

    Motoristas e cobradores de Natal, cidade-sede da Copa, entraram no segundo dia de greve nesta sexta-feira (13). A Arena das Dunas recebe o jogo entre México e Camarões às 13h, e os ônibus representam a principal forma de acesso ao estádio para quem não vai de carro.

    Turistas que chegam à Arena das Dunas relatam transtornos. A farmacêutica Marília Amicceto não encontrou ônibus que a levassem da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) até o estádio.

    Situação semelhante ocorreu com Daniela Asfora, que veio do Recife com alguns amigos para assistir ao jogo desta sexta-feira. Após estacionarem o carro na universidade, o grupo tentou encontrar o serviço especial de transporte até a Arena das Dunas, sem sucesso.

    Para Daniela, o atendimento está "desorganizado". "Nem a polícia de trânsito nem os seguranças sabiam informar se teria ônibus. Viemos andando na chuva".

    A médica mexicana Alicia Milan, 44, que mora nos Estados Unidos e veio ao Brasil para acompanhar a seleção de seu país de origem, também teve dificuldades em encontrar uma forma de chegar ao estádio.

    Só conseguiu chegar lá após o marido, David Flanigan, 47, chamar um táxi na rua –os dois já esperavam por mais de uma hora. "Foi muito difícil encontrar transporte do hotel para cá", conta.

    A prefeitura afirma que programou um sistema especial para aqueles que desejam chegar à arena. Ao todo, 44 ônibus, contratados por um serviço terceirizado, devem fazer o trajeto de quatro áreas de estacionamento até o estádio.

    Outras 13 linhas convencionais que passam próximas ao local também estão operando –mas com menos veículos devido à paralisação.

    Até o início da manhã, apenas 30% dos ônibus estavam em circulação, segundo as empresas. Para diminuir o impacto da greve, a prefeitura afirma que autorizou outros ônibus –do transporte metropolitano, por exemplo– a fazerem o trajeto das linhas convencionais.

    Também foram convocados ônibus escolares, vans e lotações para atuarem no transporte.

    Mas, de acordo o consultor-técnico do Seturn (sindicato das empresas de transporte), Nilson Queiroga, a forte chuva desta sexta prejudicou os esforços para aumentar o número de ônibus nas ruas.

    Uma decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determina que, em horários normais, a circulação seja de 50% da frota. Nos períodos de pico, entre 5h e 9h e das 16h às 20h, o tribunal determina que a circulação atinja 70%.

    Nastagnan Batista, presidente do Sintro-RN (sindicato que representa os trabalhadores), afirma que foi possível atender à decisão judicial.

    Na Via Costeira, principal acesso ao setor de hotéis, um desmoronamento de terra no período da tarde impediu a circulação de veículos.

    'INACEITÁVEL'

    O secretário-adjunto de Mobilidade Urbana de Natal, Clodoaldo Cabral, classificou a greve como um "oportunismo inaceitável".

    "Eles tiveram muito tempo para fazer esse movimento e decidiram entrar em greve logo no primeiro jogo da Copa aqui em Natal. A cidade está com mais de 20 mil turistas. O turista, o morador e o torcedor estão sendo prejudicados", afirma.

    Batista rebate as críticas e diz que a categoria "está se esforçando para fazer o atendimento" à população e aos turistas.

    "Não é oportunismo. Nossa data-base é em maio, ficamos 35 dias negociando e não chegamos a um consenso. Quando ouvimos que a proposta era reajuste zero, decidimos parar", relata.

    Segundo a prefeitura, o feriado municipal afastou alguns usuários do ponto de ônibus. A paralisação, somada à chuva forte, trouxe transtornos para aqueles que dependem do transporte coletivo e tiveram que esperar nos pontos de ônibus nesta sexta-feira.

    REIVINDICAÇÕES

    A greve começou na quinta-feira (12). Entre as reivindicações, estão o reajuste de 16% no salário e aumento no vale-alimentação, de R$ 197 para R$ 450.

    O Seturn afirma que não tem condições de atender às reivindicações dos trabalhadores sem um reajuste na tarifa de ônibus, hoje a R$ 2,20.

    Queiroga diz que outra possibilidade seria obter uma isenção em parte dos impostos, o que já ocorre em outras capitais.

    Uma audiência de dissídio coletivo foi marcada para a próxima quarta-feira (18), segundo o TRT.

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