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    Grevistas recuam e desistem de fazer paralisações em Fortaleza

    ANDRÉ UZÊDA
    DE FORTALEZA

    13/06/2014 18h59

    As duas categorias que ameaçaram parar as atividades durante os jogos da Copa em Fortaleza recuaram nesta sexta-feira (13). Após um acordo com empresários e prefeitura, respectivamente, os motoristas rodoviários e os agentes de trânsito não vão mais cruzar os braços durante as partidas.

    Os rodoviários, que tinham aprovado uma greve para o dia 16, na véspera do jogo Brasil x México (no Castelão), se reuniram nesta sexta com os empresários e fecharam acordo de reajuste salarial de 10%.

    A proposta ainda precisa ser aprovada em uma assembleia dos rodoviários neste domingo (15). Lideranças do sindicato afirmam que a categoria deve aceitar o aumento, derrubando a greve.

    Inicialmente, os motorista pediam aumento de 15% (os empresários falavam em 7,5%). Os trabalhadores não aceitaram o primeiro reajuste proposto porque, segundo eles, não daria para cobrir as perdas de 9,2% com a inflação desde o último aumento, em maio de 2013 (pelo INPC acumulado).

    O salário base de um motorista de ônibus na capital cearense é de R$ 1.500. Já o dos cobradores é R$ 900.

    Além de elevar o reajuste em 2,5%, as empresas de ônibus aceitaram agora aumentar o valor de benefícios, como vale-alimentação e cesta básica. O sindicato pedia aumento da cesta em R$ 40, chegando a R$ 120. Os empresários fizeram proposta nesta sexta de R$ 90.

    Já o sindicato dos agentes de trânsito derrubou a greve votada na quarta (11). Em assembleia, eles tinham decidido interromper as atividades a partir da meia-noite em todos os dias de jogos da Copa em Fortaleza.

    Na quinta (12), a Justiça concedeu liminar considerando a greve abusiva e estipulando multa de R$ 200 mil ao sindicato por cada dia parado.

    "Decidimos voltar atrás, mas isso não significa que o impasse está encerrado. Não vamos aceitar o aumento sugerido pela prefeitura e continuaremos na nossa luta. Apenas entendemos que o momento não era o melhor para a greve", diz Eriston Ferreira, um dos diretores do Sindfort (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Fortaleza).

    A principal reivindicação dos agentes de trânsito é a redução da jornada de trabalho de 36 para 30 horas semanais –o que, segundo eles, foi acordado com a prefeitura em 2008. A categoria diz que, na campanha salarial deste ano, a prefeitura atrelou o aumento de 5,7% à desistência de buscarem na Justiça a compensação financeira pelas horas extras trabalhadas nos últimos seis anos.

    "Não aceitamos isso. Esse é um ponto pacífico dentro da categoria. Durante a Copa vamos atuar com adesivos colado nos carros como sinal de protesto a esse impasse", diz Ferreira.

    Hoje, o salário base de um agente de trânsito em Fortaleza é R$ 753. O último aumento dado foi em março do ano passado –no mesmo período, a inflação acumulada foi de 6,3% pelo INPC.

    SEM PLANO B

    Em entrevista à imprensa realizada nesta sexta em Fortaleza, antes do acordo que selou o fim das duas paralisações, a prefeitura já havia se manifestado negando a possibilidade de greve das duas categorias.

    A administração disse que nem sequer havia cogitado um plano B para suprir a possível paralisação das duas classes.

    "Acreditamos que vamos usar efetivo de 100% durante os jogos da Copa. Não pensamos em nada diferente disso", disse na ocasião o presidente da Etufor (Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza), Antônio Ferreira.

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