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    Comandante diz que PM se excedeu ao agredir jovem imobilizado

    DE SÃO PAULO

    13/06/2014 22h27

    O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Benedito Roberto Meira, afirmou na sexta-feira (13) que houve excesso por parte do policial militar que usou spray de pimenta contra um manifestante já imobilizado no ato anti-Copa realizado na zona leste de São Paulo, na quinta (12), antes da abertura do Mundial. Os policiais detiveram cinco pessoas.

    O professor de inglês Rafael Marques Lusvarghi, 29, estava parado sozinho em frente à tropa ao lado do metrô Carrão quando levou dois tiros de borracha no peito. Em seguida, ele foi imobilizado pelo próprio comandante da operação e ao menos mais cinco PMs. Mesmo algemado e imobilizado, Lusvarghi foi atingido por um jato de spray de pimenta nos olhos.

    "Quando a PM começou a avançar, mantive a posição. Eles jogaram algumas bombas e eu arremessei uma de volta", afirmou o professor, que participava de seu primeiro protesto.

    Jardiel Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress
    Rafael Marques Lusvarghi, ferido durante protesto na quinta-feira, em São Paulo
    Rafael Marques Lusvarghi, ferido durante protesto na quinta-feira, em São Paulo

    O comandante-geral da PM disse que o manifestante estava desarmado e "a utilização do gás era desnecessária." Na mesma coletiva, porém, o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, disse que "a polícia agiu corretamente".

    "Aquilo [spray nos olhos] mostra um instante, precisamos ver todo o contexto. Por isso foi instaurado um inquérito para analisar imagens e relatos para retratar a realidade", disse Grella.

    Os confrontos desta quinta aconteceram em ao menos três pontos da zona leste. O primeiro ocorreu após manifestantes bloquearem a Radial Leste. Ao menos 11 pessoas ficaram feridas. Entre elas duas jornalistas da CNN, um fotógrafo da Associated Press e um jornalista do SBT. Todos foram atendidos em hospitais da região e liberados no mesmo dia.

    O comandante da PM diz que a maior dificuldade para identificar PMs que cometem excessos é a resistência das vítimas. "Quando as pessoas são convocadas para fazer reconhecimento fotográfico, que apareçam".

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