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    Falando em mudança, PMDB oficializa candidatura de Skaf ao governo de SP

    MÁRCIO FALCÃO
    GABRIELA TERENZI
    DE SÃO PAULO

    14/06/2014 14h24

    O PMDB confirmou neste sábado (14) Paulo Skaf, 58, como candidato ao governo de São Paulo. Patrocinada pelo vice-presidente Michel Temer, a campanha do empresário, no entanto, descarta um segundo palanque para a presidente Dilma Rousseff, que apoia a candidatura do petista Alexandre Padilha ao Palácio dos Bandeirantes.

    São Paulo, maior colégio eleitoral do país, é o principal objeto de desejo do PT na disputa pelos governos locais na eleição de outubro. O Estado é governado pelos tucanos há quase duas décadas e onde a rejeição a Dilma é maior que em outras regiões do país.

    Confira como foi a oficialização de Paulo Skaf

    Confirmado candidato com apoio de 596 dos 599 votantes da convenção do PMDB, Skaf disse que não vê como oferecer espaço para Dilma uma vez que terá um Padilha como seu adversário.

    "Eu não creio que haja esse palanque [ Dilma e Skaf] porque o PT tem candidatura a governador. Nós temos que estadualizar a eleição. Em São Paulo, o PT tem uma candidatura que é adversaria do PMDB. Eu creio que vamos fazer aqui é lutar por total independência para ganharmos as eleições seja do PT ou do PSDB", afirmou.

    Skaf disse que sua campanha será propositiva. "Não entrei na política para agredir pessoas. O objetivo é contribuir, é mudar a gestão, trazer o governo de SP para 2014. Quando você entra em uma instituição do Estado, você volta no tempo, parece que esta no década de 80. Quando entra em uma empresa moderna, uma agência bancária, você se sente em 2014. A sociedade vive em 2014 e o governo ainda muita burocracia, pouca tecnologia", disse.

    Veja vídeo

    AUSÊNCIA DE DILMA E LULA

    Em jantar fechado com a cúpula e congressistas do PMDB, no mês passado, Dilma afirmou que contava com a candidatura Skaf para impedir a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) e destacou sua importância para "nós da Presidência da República".

    Editoria de Arte/Folhapress

    Skaf mostrou neste sábado ressentimento com o fato de Dilma não ter comparecido ao encontro do PMDB e ser esperada para a convenção do PT que vai confirmar Padilha, ex-ministro da Saúde, como candidato.
    "A presidente não esteve aqui hoje, amanhã tem convenção do PT. Será que não estará ou estará? Se estiver amanhã.. não percebe que há uma diferença", afirmou.

    Questionado se espera uma participação discreta do ex-presidente Lula na disputa paulista, Skaf afirmou que não pretende provocar desconforto a ninguém e sabe que ele é padrinho político de Padilha.

    Temer evitou polemizar, mas reconheceu que há um racha no Estado. "Evidentemente, há uma divisão aqui em São Paulo que o eleitor vai decidir", afirmou. Ele disse ainda que o PMDB e Skaf estão com ele e Dilma, mas que uma coisa é a campanha voltada para São Paulo e outra é o campo nacional. "Nós vamos fazer uma campanha voltada para São Paulo", completou.

    O vice-presidente não citou Dilma em sua fala aos peemedebistas e preferiu destacar a unidade em torno do nome do presidente licenciado da Fiesp.

    CONVENÇÃO

    O evento na Expo Barra Funda teve a presença de 8.000 militantes. No local, poucas falas lembraram a aliança do PMDB com a presidente Dilma Rousseff. Apresentado pelo partido como o nome da mudança "por amor São Paulo", o material de campanha também não faz referência ao apoio nacional.

    Skaf fez ataques aos tucanos durante o discurso aos peemedebistas e tentou de deslocar da imagem de Padilha, que também vem se apresentando como o nome da mudanças e centrando críticas na gestão de Alckmin.

    Considerado um fator surpresa até agora da corrida ao Palácio dos Bandeirantes, o empresário reúne 21% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Datafolha. Ele ocupa a segunda colocação, atrás do governador Geraldo Alckmin (44%) e à frente dos 3% de Padilha.

    Ele aproveitou para provocar o PT. "Mudou a polarização que existe há 20 anos aqui em São Paulo. Agora, o PMDB e PSDB estão polarizado", disparou o empresário. Os petistas, no entanto, avaliam que, após o início da campanha de rua em julho e da propaganda de TV, Padilha se tornará mais conhecido e vai disparar nas pesquisas.

    O candidato aproveitou a convenção para lançar sua primeira promessa que é a ampliação do metrô. "Nós não queremos 1,5 km de metrô, queremos 70 km em quatro anos". O peemedebista disse ainda que está elaborando seu programa de governo. Ele não se comprometeu com a tarifa zero para o metrô e afirmou que o valor será discutido ao longo da campanha.

    CHALITA

    Nas negociações, Skaf chegou a tirar legendas que estavam alinhadas com o PT, conquistando o apoio do PDT, que terá o advogado José Roberto Batochio como vice, e o Pros.

    O PMDB ainda trabalha para levar o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, que também negocia com Alckmin e Padilha. Com isso, a vaga ao Senado em sua chapa está em aberto e só deve ser anunciada no fim do mês, quando termina o prazo.

    Uma das opções seria lançar o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) ao Senado, mas ele disse neste sábado que desistiu de se candidatar nas eleições de outubro.

    "Não vou ser candidato nessa eleição. Vou só ajudar na campanha. Fiz um trabalho bom como deputado e tenho muitos projetos agora de tradução dos meus livros fora do Brasil, então, eu pedi para dar um tempo agora e só ajudar politicamente", disse.

    Ele votou, mas permaneceu pouco tempo na convenção. Em 2012, Chalita e Skaf chegaram a disputar espaço no PMDB para concorrer à Prefeitura de São Paulo. O deputado levou a melhor e acabou escolhido como candidato.

    Chalita é investigado criminalmente no Supremo Tribunal Federal, por ter foro privilegiado como deputado, e numa série de inquéritos no Ministério Público de São Paulo sob suspeita de ter recebido benefícios do empresário Chaim Zaher, dono do COC.

    Zaher obteve contratos sem licitação com a secretatria de Educação do governo paulista à época em que o deputado era o titular da pasta. Um empregado do COC diz que Chalita ficava com 25% do valor dos contratos.

    As acusações contra o deputado foram reveladas pela Folha no início do ano passado. Chalita nega todas as acusações e disse que o denunciante dele não tem credibilidade nem provas para sustentar o que dizia.

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