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    PMDB intervém em diretório do TO após dirigente insistir em candidatura

    PATRÍCIA BRITTO
    DE SÃO PAULO

    18/06/2014 17h10

    O presidente estadual do PMDB do Tocantins, deputado federal Júnior Coimbra, foi afastado do cargo após insistir em se lançar candidato a governador, contrariando os interesses da cúpula do partido.

    A intervenção no diretório tocantinense foi decidida por unanimidade pela Executiva Nacional do PMDB em reunião nesta quarta-feira (18), em Brasília.

    Entre os participantes, estavam os senadores Waldemir Moka (MS) e Jader Barbalho (PA), o deputado federal Eduardo Cunha (RJ). Por telefone, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA) também defendeu a intervenção.

    Com a decisão, o diretório estadual foi destituído e uma comissão interventora foi criada para definir os candidatos do partido que disputarão a eleição de outubro. A direção estadual terá prazo de oito dias para apresentar sua defesa, mas já está fora do comando.

    Coimbra protagonizou nos últimos meses uma disputa interna no PMDB-TO pela definição dos nomes do partido para compor a chapa majoritária nas eleições de outubro.

    A direção nacional defende a candidatura do ex-governador Marcelo Miranda (PMDB) para o Palácio Araguaia, com a senadora Kátia Abreu (PMDB) como candidata à reeleição. A vaga de vice-governador seria oferecida ao PT.

    Contrariando a Executiva, Coimbra se lançou pré-candidato a governador e anunciou o empresário Dito do Posto (PMDB) como pré-candidato ao Senado.

    A cúpula do PMDB tentou convencer o deputado a retirar sua pré-candidatura, mas ele insistiu e registrou sua chapa para disputar contra a de Marcelo Miranda na convenção, que estava marcada para terça-feira (24).

    A disputa tem como pano de fundo o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). O grupo de Coimbra não apoia a reeleição de Dilma, mas ainda não definiu qual pré-candidato à Presidência apoiará.

    A comissão interventora criada nesta quarta impugnou o registro da chapa de Coimbra e Dito do Posto e remarcou a convenção estadual para 28 de junho.

    O deputado Júnior Coimbra classificou a decisão como uma "ditadura" e diz que brigará na Justiça para permanecer na disputa interna do partido.

    "O diretório nacional, através de uma imposição da presidenta Dilma, está cerceando o meu direito de disputar a eleição para governador e do empresário Dito do Posto de disputar a eleição para senador", disse à Folha.

    Membro da Executiva, o deputado Eduardo Cunha afirma que a decisão se baseou no descumprimento de um acordo. "Eu não queria intervenção, acho um precedente perigoso, mas como ele descumpriu o acordo, eu não tive alternativa", afirmou.

    ACORDO

    A divisão interna no Tocantins havia sido pacificada há cerca de três meses, quando Coimbra entrou em acordo com a direção do partido e se afastou da presidência estadual, como uma garantia de que não impediria as candidaturas de Marcelo Miranda e Kátia Abreu.

    Pelo acordo, Coimbra seria indicado candidato ao governo apenas no caso de Marcelo Miranda ser impedido de participar da disputa, devido à Lei da Ficha Limpa –o ex-governador foi cassado pelo TSE em 2009 por abuso de poder político. A substituição não deveria afetar, contudo, a indicação de Kátia Abreu.

    A elegibilidade de Miranda só será confirmada após o período para registro das candidaturas, quando haverá um prazo de cinco dias para impugnação de candidatos inelegíveis. Caso seu registro seja indeferido, o partido tem até 15 de setembro para substituir o candidato.

    Na semana passada, contudo, Coimbra reassumiu a presidência do diretório estadual e voltou a insistir em sua pré-candidatura, ao lado de Dito do Posto para o Senado.

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