Grande parte das empresas na capital paulista deve liberar os empregados na segunda-feira (23) só após o almoço, entre duas e três horas antes do jogo do Brasil, às 17h, apesar do apelo do prefeito Fernando Haddad (PT) por escalonamento nos horários de saída.
O objetivo da prefeitura, que passou a sexta (20) em negociações com entidades dos setores bancário, comercial e da construção civil, era evitar repetir o cenário da última terça (17), quando a capital paulista enfrentou congestionamento de 302 km.
Na segunda, além do jogo do Brasil, Holanda e Chile se enfrentarão no Itaquerão às 13h. Por isso, a prefeitura prevê um dia crítico. "Para o Comitê da Copa, já era ponto pacífico desde o início que dia 23 de junho era o mais complicado", disse a vice-prefeita, Nádia Campeão.
De dez grandes empresas e entidades empresariais consultadas pela Folha, apenas a ACSP (Associação Comercial de São Paulo) orientou seus associados a funcionar em meio período e escalonar horários de saída de cerca de 200 mil funcionários.
"A ideia é flexibilizar os horários, dispensando aqueles que moram em regiões mais distantes", diz o presidente da entidade, Rogério Amato.
Segundo Campeão, a construção civil informou que liberará funcionários duas horas antes do jogo, mas a Fecomercio (federação do comércio) disse que orientará os comerciantes a aderir ao esforço.
A Vivo dispensará seus 18 mil funcionários três horas antes do jogo e a rede Via Varejo (dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio) informou que as lojas de rua devem fechar às 16h e não reabrirão.
A Cushman & Wakefield, consultoria imobiliária, liberará os funcionários da área administrativa após o horário de almoço, por volta das 12h. Os 490 mil bancários do país trabalharão das 8h30 às 12h30 nos dias que houver jogos do Brasil, por determinação do Banco Central.
A Lei Geral da Copa previa a possibilidade do prefeito decretar feriado em jogos do Brasil, mas a autorização foi retirada no texto final aprovado pela Câmara.
Para evitar um "desgaste desnecessário" com o Poder Legislativo, a prefeitura não insistiu. O diagnóstico era de que as empresas se "organizariam naturalmente", o que não ocorreu na terça (17).
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