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    Impedido de fazer passeata, grupo encerra ato contra prisão em protesto

    DE SÃO PAULO

    26/06/2014 21h06

    A avenida Paulista, na região central de São Paulo, foi liberada para o tráfego por volta das 20h50 desta quinta-feira (26), após quase duas horas de bloqueio na pista sentido Consolação. Os cerca de 300 manifestantes fizeram um ato na frente do Masp contra a prisão de dois jovens no ato anti-Copa da última segunda (23).

    Os manifestantes pretendiam sair em passeata, mas foram impedidos pela Polícia Militar, que reforçou a segurança no local. Em um primeiro momento, a PM exigiu que fosse determinado um líder para o ato. Posteriormente, foi solicitada a definição de um trajeto, com a condição de que não interferisse as rotas para a Fan Fest, como a rua Augusta e a rua da Consolação.

    Com essas restrições, os manifestantes decidiram permanecer na frente do Masp, onde a cavalaria e a "tropa do braço" –que atua sem armas– fez um cordão de isolamento ao redor do grupo. "Precisa ter um mínimo de regras para interditar uma via, para sair em passeata", afirmou o tenente-coronel Marcelo Pignatari.

    A liberação da via, por volta das 20h50, também foi determinada pela polícia, que os encaminhou para a calçada. Na saída, os manifestantes gritaram frases como: "que vergonha, que vergonha, reprimir trabalhador para ter o que comer, que vergonha, que vergonha".

    O padre Júlio Lancelotti, que participou da manifestação, tentou negociar com a PM, mas não teve sucesso. "Ele disse que não vai deixar acontecer a passeata se não tiver um líder e isso é um prenúncio de que a polícia pode ser violenta com os manifestantes. Eu pedi em nome da arquidiocese para que eles não usem a violência nem prendam inocentes", disse.

    A PM afirmou que o policiamento foi reforçado no local, com mais policiais do 11º Batalhão, com a cavalaria e com homens da Operação Delegada que já costumam atuar na região.

    PRISÕES

    O professor Rafael Marques Lusvarghi, 29, e o estudante Fábio Hideki Harano, 26, foram presos na última segunda-feira, em um protesto anti-Copa, também na avenida Paulista. As prisões aconteceram após uma passeata pacífica pela via. A Justiça decretou nesta quinta a prisão preventiva dos dois.

    Os dois são acusado de cinco crimes: associação criminosa, incitação da violência, resistência à prisão, desacato à autoridade e porte de artefato explosivo. Pelo Código Penal, associação criminosa é quando três ou mais pessoas se unem para cometer crimes. A pena é de um a três anos de reclusão e a fiança só pode ser determinada por um juiz.

    A defesa de ambos os manifestantes alega que eles não se conheciam. Lusvarghi foi preso ao lado de uma banca de jornal, enquanto Harano já estava dentro de uma estação do metrô.

    Na manhã desta quinta, funcionários da USP organizaram um outro protesto pela libertação dos dois jovens. O grupo fechou a entrada da universidade e depois seguiu em passeata até o Palácio dos Bandeirantes, onde uma comissão se reuniu com representantes do governo estadual. Harano é aluno e funcionários da USP.

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