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    Dilma inaugura Arco Metropolitano no Rio com atraso de cinco anos

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    01/07/2014 12h54

    A presidente Dilma Rousseff inaugurou na manhã desta terça-feira (1°) um trecho de 71,2 km do chamado Arco Metropolitano, em Duque de Caxias, região metropolitana do Rio.

    O anel viário interliga todas as rodovias federais no território do Rio. A obra está atrasada em pelo menos cinco anos em relação ao prazo de conclusão inicial do projeto.

    Em evento com a presença do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), operários que acompanhavam a cerimônia gritaram o nome do senador Lindbergh Farias (PT).

    A agenda foi a terceira da presidente no Estado desde que parte do PMDB do Rio aderiu à campanha de Aécio Neves (PSDB) à Presidência.

    Chegou a ser criada no início do mês a aliança batizada de "Aezão", entre partidários de Pezão e do senador mineiro. Lindbergh e Pezão são candidatos ao governo do Estado do Rio. Dilma terá lugar também nos palanques de Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB).

    A obra, que faz parte do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), foi inaugurada em 2008 pelo então presidente Lula. Os trabalhos ficaram sob responsabilidade do governo do Estado do Rio. O projeto executivo data de 2007.

    Na página do DER-RJ (Departamento de Estradas e Rodagem), consta a reprodução do RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) do trecho inaugurado nesta terça, batizado de BR-493, cujo prazo para o início de operações estava previsto no documento para 2009.

    Roberto Stuckert Filho/Divulgação/PR
    Dilma e Pezão com integrantes da Escola de Samba Beija Flor de Nilópolis, na abertura ao tráfego do Arco Metropolitano do Rio
    Dilma e Pezão com integrantes da escola de samba Beija-Flor, na abertura do Arco Metropolitano do RJ

    ARCO METROPOLITANO

    O Arco Metropolitano é uma obra idealizada nos anos 1970. Quando assumiu o governo do Estado do Rio em 2006, Sérgio Cabral (PMDB), deu início ao projeto há décadas engavetado. Houve, contudo, um atraso de cerca de cinco anos para a conclusão

    Segundo a secretaria de Obras do Estado, contribuíram para o atraso na obra a necessidade de desapropriações de cerca de 3.000 imóveis, além de terem sido encontrados 68 sítios arqueológico no caminho. Houve ainda a necessidade de construção de oito viadutos da Petrobras e de outros dois sobre um lago na cidade de Seropédica, que é o habitat natural de uma espécie de rã ameaçada de extinção.

    Os investimentos para o trecho inaugurado foram de R$ 1,9 bilhão, dos quais R$ 1,2 bilhão pelo governo federal. Segundo operários que falaram com a reportagem, as vias estão prontas, faltando apenas acabamento e pinturas de ponte e faixas de acesso a estrada. De acordo com o governo do Rio, a estrada estará aberta para circulação a partir desta quarta-feira (2).

    O arco terá ao todo 145 km. Um dos objetivos é que se consiga cruzar a região metropolitana do Rio sem a necessidade de se passar pela avenida Brasil e as rodovias Presidente Dutra e Washington Luís, desafogando as principais vias de saída da cidade.

    A obra ligará ainda o Porto de Itaguaí ao Comperj, empreendimento da Petrobras em Itaboraí. Segundo a secretaria de Obras do Estado, os demais trechos estão prontos, faltando algumas apenas obras de duplicação em algumas áreas.

    LINDBERGH

    A cerimônia teve a presença de operários da Odebrecht e da Carioca Engenharia, que, da plateia, gritavam, aplaudiam e vaiavam algumas autoridades.

    Logo após discursar, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ouviu de parte dos operários um coro de "Lindbergh, Lindbergh", logo abafado por gritos de outra parte, que gritou o nome de Pezão em resposta.

    Dilma, que discursou logo em seguida, lembrou mais uma vez da parceria entre o governo federal e os governos do PMDB no estado e na cidade do Rio. Quando a presidente citou nominalmente Pezão, uma mulher que estava na área dos operários gritou: "Pezão é melhor. Lindbergh fora!"

    "Eu estou com Pezão há muito tempo, desde o início do governo", disse a presidente. "Para sermos justos, essa obra tem o mérito do governador Pezão e de Cabral", afirmou Dilma, referindo-se ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que também participou da cerimônia, mas não discursou. A presidente não mencionou o nome do senador petista Lindbergh.

    VAIAS

    A ruidosa plateia não vaiou Dilma ou Pezão, mas não poupou vaias ao prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, atualmente sem partido, mas que integrava os quadros do PSB, e também ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

    Quando teve sua presença anunciada no microfone, Cabral viu a plateia se dividir entre aplausos e vaias. Ele acenou para a plateia que cessou as vaias. Já Cardoso foi vaiado todas as vezes em que seu nome foi citado pelas autoridades. As vais saíram de militantes do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (PMDB).

    Dilma pousou de helicóptero em uma das pistas e foi recebida por passistas e ritmistas da escola de samba Beija-Flor, apesar de a escola da região ser a Grande Rio. Já em clima de campanha, Dilma tocou surdo e reco-reco com os músicos. Depois discursou de improviso por 24 minutos, interagindo com a plateia.

    Além de enaltecer a parceria no Estado– ignorando a disputa por palanques e apoio para o pleito federal–, Dilma fez um apanhado dos investimentos federais no Estado do Rio. Citou o programa Mais Médicos, o suporte do governo federal ao programa de pacificação de favelas, investimento em saneamento em comunidades e, também, programas de educação, como o Pronatec.

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