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    Operário trocou moto por Uno que acabou soterrado em BH

    PAULO PEIXOTO
    DE BELO HORIZONTE

    04/07/2014 16h33

    A tarde desta quinta-feira (3) foi de quebra de rotina do assistente de encarregado de obras Charlys Frederico Moreira do Nascimento, 25.

    Em vez de dirigir uma moto, como sempre fazia, ele pegou um Fiat Uno, carro que acabou soterrado pela queda do viaduto em Belo Horizonte.

    É o que disse a mulher dele, a empregada doméstica Cristilene Pereira Sena, 32, aos bombeiros que realizaram o resgate do automóvel. O desabamento matou duas pessoas –Nascimento e a motorista de ônibus Hanna Cristina Santos, 24– e feriu outras 23.

    Nascimento ficou mais de 13 horas soterrado, e apenas no final da madrugada desta sexta (4) os homens do Corpo de Bombeiros conseguiram retirar o carro, após escavar o chão. A mulher dele acompanhou tudo de perto.

    Cristilene estava na região do acidente porque ficou de encontrar com o marido, que saíra do trabalho mais cedo.

    O drama da mulher tocou os bombeiros e as equipes de resgate, que a colocaram sob os cuidados de uma equipe do Samu. "Ela estava muito abalada e ficou circulando entre a ambulância e a área do resgate", disse o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Estevo Edgard da Silva.

    O pai de Nascimento, Juarez Moreira de Melo, também chegou ao local e acompanhou a retirada do corpo do carro, quando já era quase 5h. Foi ele quem cuidou da liberação do corpo do filho no IML (Instituto Médico Legal). Por volta das 13h o corpo foi liberado.

    O operário será enterrado às 17h desta sexta-feira (4) no cemitério Vila Maria, em Lagoa Santa, na Grande BH.

    Editoria de Arte/Folhapress

    ACIDENTE

    O viaduto desabou por volta das 15h e atingiu quatro veículos que passavam pela avenida Pedro 1º.

    A obra da prefeitura integrava uma das linhas do BRT (via rápida de ônibus) criadas para a Copa, e foi financiada pelo governo federal, por meio do PAC da Copa.

    Não se sabe ainda as causas do desabamento de boa parte da estrutura do viaduto. O prefeito Marcio Lacerda (PSB) afirmou que "certamente" houve um erro. "Não sabemos se é falha de projeto ou de construção. Serão feitas todas as perícias, um inquérito policial será aberto e essa análise será feita com cuidado", disse na quinta.

    Procurada pela reportagem, a construtora Cowan, responsável pela obra, afirmou que "lamenta profundamente". "Neste momento, a prioridade é o apoio às vitimas e aos familiares. A empresa informa que já enviou ao local a equipe técnica para iniciar as investigações", disse em nota.

    A presidente Dilma Rousseff lamentou o ocorrido e disse, após o acidente, que "coloca à disposição da prefeitura e das autoridades de Belo Horizonte no que for necessário". "Neste momento de dor, presto minha solidariedade às famílias das vítimas", afirmou.

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