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    Patrimônio de candidatos a governador quase dobra

    DIOGENES ARTHUR CAMPANHA
    PATRÍCIA BRITTO
    DE SÃO PAULO

    09/07/2014 02h00

    O patrimônio dos atuais candidatos a governador que também disputaram as eleições de 2010 quase dobrou em quatro anos. O valor total que esses políticos declararam para seus bens passou de R$ 179,7 milhões nas eleições passadas para R$ 342,3 milhões, uma evolução de 90%.

    A inflação acumulada no período foi de 29%, segundo dados do IPCA, do IBGE. A Folha analisou as declarações de 129 candidatos a governador em todos os Estados. Foi possível checar a evolução de somente 95 deles, já que esses haviam apresentado seus dados à Justiça Eleitoral também em 2010.

    Destes, 68 ampliaram o patrimônio, 23 reduziram e outros cinco se mantiveram iguais nesses quatro anos. O candidato a governador mais rico do país é o senador Eunício Oliveira (PMDB), líder nas pesquisas para a sucessão estadual no Ceará. Ele declarou ser dono de um patrimônio de R$ 99 milhões.

    "É mesmo? Coisa boa, rapaz!", respondeu o peemedebista após ser informado pela reportagem sobre sua posição na lista de mais ricos. "Isso é sinal de que tudo o que eu ganhei na iniciativa privada foi declarado no Imposto de Renda", completou.

    As declarações dos candidatos à Justiça Eleitoral subestimam o valor de seus bens, porque eles não são obrigados a informar o valor real de mercado dos imóveis que possuem. Basta indicar o valor histórico pelo qual foram adquiridos, sem correção, de acordo com normas da Receita Federal que valem para todos os contribuintes.

    Além disso, muitos políticos têm empresas para administrar parte do patrimônio. Eles são obrigados a informar à Justiça Eleitoral as ações que possuem nessas empresas, mas não o valor dos imóveis que elas administram.

    Editoria de arte/Folhapress

    A evolução patrimonial de Eunício Oliveira também é a maior dentre todos os candidatos a governador em relação aos políticos que se candidataram a algum cargo em 2010.

    Naquele ano, quando se elegeu para o Senado, também pelo Ceará, seus bens somavam R$ 33,7 milhões. Ele atribui a elevação à venda de duas empresas em 2011. "Eu já estava afastado da direção delas desde 1998, quando entrei na política. Resolvi vender e aplicar em imóveis, um tipo de renda que não dá preocupação", disse Eunício.

    Suas cotas numa de suas empresas, a Sociedade Remmo Participações S/A, estão avaliadas em R$ 19,7 milhões.Entre os bens do senador, há propriedades em Minas Gerais, Goiás, Ceará e Distrito Federal, além de aplicações financeiras e três automóveis.

    O segundo colocado na lista de candidatos a governador mais ricos tem menos da metade do patrimônio de Eunício. Reinaldo Azambuja (PSDB), que tentará o governo de Mato Grosso do Sul, declarou patrimônio de R$ 37,8 milhões à Justiça Eleitoral.

    Em seguida vêm o empresário Ataídes Oliveira, candidato do Pros no Tocantins, com R$ 28 milhões, e o senador Eduardo Braga (PMDB), que tentará voltar ao governo do Amazonas, que ocupou até 2010, com R$ 27,2 milhões.

    Já o vice-líder no ranking da evolução patrimonial é o senador Armando Monteiro (PTB), candidato a governador de Pernambuco e ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria). O petebista tinha R$ 1,2 milhão em 2010, e hoje tem R$ 14,9 milhões, um aumento de 1.110,4%.

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