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    Família e amigos de motorista morta em viaduto de BH fazem passeata

    LILIANE PELEGRINI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BELO HORIZONTE

    09/07/2014 22h50

    A homenagem que os familiares e amigos de Hanna Cristina Santos pretendiam fazer nesta quarta-feira (9) à jovem morta no desabamento do viaduto Guararapes, em Belo Horizonte, foi barrada por uma linha de 40 policiais militares.

    Hanna era a motorista do ônibus que foi esmagado no desastre da última quinta (3). A família, depois que se reuniu na missa de sétimo dia, realizada na igreja Nossa Senhora da Misericórdia, próxima ao local da tragédia, decidiu fazer um ato público para homenagear a jovem e cobrar justiça.

    Ao todo, eram cerca de 150 pessoas, vestidas com camisetas brancas estampadas com a foto de Hanna e dizeres de luto. Todos carregavam velas e balões brancos e seguiram cantando canções religiosas pelas ruas.

    Liliane Pelegrini/Folhapress
    Passeata em homenagem à motorista Hanna Cristina Santos, morta no desabamento de viaduto em BH
    Passeata em homenagem à motorista Hanna Cristina Santos, morta no desabamento de viaduto em BH

    Porém, ao avançar pela avenida Antônio Carlos e chegar perto do viaduto ao lado do que desabou, o grupo que saiu em passeata se deparou com uma fita de isolamento e 40 militares em linha.

    O grupo, que já estava inconsolável e indignado, ficou ainda mais diante da repressão policial. "É isso que esse prefeito faz. Nós estamos aqui em paz e em luto e não podemos nem homenagear a Hanna", disse Marinalva Santos, que foi babá da jovem e da irmã dela. "Eu só quero dizer que um dia eu vou te encontrar, Hanna, e que eu vou ajudar a cuidar da sua filha, como cuidei de você", continuou, emocionada.

    Gritando por justiça, os familiares e amigos de Hanna direcionavam para o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), as suas críticas e indignação. "Ele fala que acidentes assim acontecem, mas isso não é coisa que se fale", diz Milton Soares, tio da motorista.

    Cartazes com caricatura de Marcio Lacerda sobre um ônibus apareciam em cartazes acompanhados de dizeres de protesto.

    Com a pequena Ana Beatriz no colo, que fez um ano justamente no dia do desastre, Monica Soares, tia de Hanna, lamentava a falta da sobrinha. "Nós íamos comemorar o aniversário da neném, agora só resta a dor", diz.

    A mãe de Hanna, Analina Santos, contou que, durante a tarde, a primeira dama de Belo Horizonte, Regina Lacerda, foi até a casa da família junto com uma assessora. "Eu a recebi como mulher, mãe e avó. Ouvi dela muitas palavras de consolo. Mas não quis falar de medidas agora, não é hora para isso. O que eu quero é justiça", conta Analina.

    Fora a dor pela perda da filha, o que a preocupa agora é que a família perdeu o sustento, já que o ônibus ficou destruído. "A construtora disse hoje (9) que vai resolver, agora vamos ver se vai cumprir. Sinceramente, não quero ter que sofrer mais do que já estou sofrendo tendo que enfrentar um processo na Justiça", afirma.

    A ideia dos familiares e amigos de Hanna era chegar perto do local do desastre, mas a barreira policial foi colocada 300 metros antes da área que já foi liberada pela perícia.

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