• Poder

    Sunday, 19-May-2024 23:47:55 -03
    [an error occurred while processing this directive]

    Confiante em absolvição na Câmara, Argôlo disputa reeleição na Bahia

    JOÃO PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR

    10/07/2014 12h05

    Confiante de que será absolvido na investigação que apura seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) registrou sua candidatura e vai disputar a reeleição para a Câmara dos Deputados.

    Argôlo responde a dois processos por quebra de decoro parlamentar, no qual é acusado de receber dinheiro, pedir favores, além de ter usado dinheiro público da Câmara dos Deputados para viajar e se reunir com o doleiro.

    Gustavo Lima -16.mai.14/Agência Senado
    O deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) durante pronunciamento na Câmara
    O deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) durante pronunciamento na Câmara

    Segundo investigação da Polícia Federal, o congressista e o doleiro trocaram 1.411 mensagens entre setembro de 2013 e março de 2014.

    Caso o Conselho de Ética da Câmara peça sua cassação e esta seja endossada pelos deputados em plenário, Argôlo ficará inelegível com base na lei da Ficha Limpa.

    Uma das principais apostas do partido na Bahia nas eleições deste ano, Argôlo registrou uma previsão de gastos de 4 milhões na campanha.

    Em 2010, quando se elegeu deputado federal pela primeira vez pelo PP, declarou gastos de R$ 304,7 mil na campanha.

    Contudo, deve enfrentar dificuldades nas eleições deste ano, já que foi na contramão do partido - que apoia Paulo Souto (DEM) para o governo da Bahia - e vai apoiar Rui Costa (PT).

    Com seu nome associado a escândalos, perdeu suas principais bases eleitorais. Em Alagoinhas, cidade onde foi mais votado em 2010, vai dividir o apoio do prefeito Paulo Cézar (PDT) com o deputado estadual Paulo Azi (DEM), que vai disputar a Câmara pela primeira vez.

    Em Cachoeira, segundo município onde mais teve votos, perdeu o apoio do ex-prefeito Tato Pereira (PSDB), que vai apoiar o também tucano João Gualberto para a Câmara.

    A Folha apurou que, caso o processo no Conselho de Ética avance, o deputado deve substituir a sua candidatura pela do irmão, Manoelito Argôlo Jr, também filiado ao Solidariedade.

    ROLOS COMPRESSORES

    O deputado declarou à Justiça Eleitoral bens no valor de R$ 1,5 milhão entre imóveis, fazendas, automóveis e investimentos, incluindo R$ 188 mil de dinheiro em espécie.

    O valor declarado representa uma evolução de 36% em relação a 2010, quando informou ter R$ 1,1 milhão em bens, sendo R$ 162 mil em espécie.

    Entre os bens declarados pelo deputado, não constam os rolos compressores que Argôlo supostamente disse a colegas de bancada ter recebido de Youssef como pagamento de parte da venda de um terreno.

    Também não consta na declaração as cabeças de gado que o deputado teria recebido de Youssef, conforme investigação da Polícia Federal.

    OUTRO LADO

    A Folha tentou, mas não conseguiu falar com Argôlo nesta quarta-feira (9) para ele falar sobre o caso e sobre sua declaração de bens. Seu telefone celular estava desligado.

    Desde a eclosão do caso, Argôlo não falou publicamente sobre o assunto. Contudo, disse ao diretório do Solidariedade e ao governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que quer provar sua inocência.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024