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    Campos promete passe livre, prática que não adotou em Pernambuco

    DANIEL CARVALHO
    DO RECIFE

    15/07/2014 13h57

    Candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB-PE) prometeu nesta terça-feira (15) adotar o passe livre estudantil, uma das principais reivindicações dos protestos do ano passado em todo o Brasil. No Estado que foi governado por ele, porém, não implantou a medida.

    Na primeira sabatina com presidenciáveis promovida pela Folha, UOL, SBT e rádio Jovem Pan, o socialista ainda fez críticas ao governo federal em áreas sensíveis de suas duas gestões no comando de Pernambuco (2007-14).

    Campos governou o Estado até abril, quando deixou o Executivo para se dedicar à campanha presidencial. Lá, é o governo do Estado que cuida do transporte público na região metropolitana do Recife, através do Grande Recife Consórcio Metropolitano de Transporte. Durante seus dois governos, Campos não implantou o passe livre, agora prometido para o caso de ele vencer as eleições presidenciais.

    Em 2013, dois dias antes do primeiro protesto marcado para o Recife, o então governador anunciou redução de R$ 0,10 nas passagens, que variam de R$ 1,50 a R$ 3,45.

    A queda da tarifa foi possível graças à aplicação da isenção do PIS/Cofins. Questionado na ocasião, o governador não explicou o motivo de não ter feito a redução anteriormente.

    Antes, em janeiro de 2012, estudantes que protestavam contra o aumento da tarifa na região metropolitana do Recife foram reprimidos pela Polícia Militar com balas de borracha e bombas de efeito moral.

    O episódio gerou um mal-estar para Campos, que estava nos EUA, onde cumpria agenda administrativa. Ao retornar daquela viagem, defendeu a ação policial e fez críticas aos manifestantes por apedrejarem ônibus. Na ocasião, não houve, porém, registro de depredação.

    Diante da repercussão negativa do episódio, convidou os estudantes à sede do governo e pediu desculpas por "por qualquer ação arbitrária cometida pela polícia".

    CONTRADIÇÕES

    Na sabatina desta terça-feira, o ex-governador fez críticas sobre os acordos políticos da presidente Dilma Rousseff, uma de suas adversárias, e o atraso de obras federais para a Copa sem mencionar problemas em seu Estado nessas áreas.

    Campos criticou, por exemplo, o "ajuntamento de pessoas" feito pelo governo federal para ganhar mais tempo de TV. No entanto, a coligação de Paulo Câmara (PSB-PE), ex-secretário do presidenciável e seu candidato ao governo de Pernambuco, conta com 21 partidos na base.

    Por outro lado, o socialista também falou na sabatina em "alianças táticas" para justificar coligações do PSB e a parceria com a ex-senadora Marina Silva.

    Sobre o atraso de obras federais para a Copa, o presidenciável citou o trem bala. Mas em Pernambuco, três obras que competiam à administração estadual não ficaram prontas a tempo.

    De acordo com a própria Secretaria da Copa do Estado, o corredor viário leste/oeste será concluído apenas em setembro; o norte/sul, em novembro; e o ramal de acesso à Cidade da Copa (local onde está a Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata), em dezembro.

    ATRIBUIÇÃO

    A definição dos preços das passagens de ônibus e metrô é uma atribuição dos governos municipais e estaduais. Conforme reportagem da Folha informou nesta terça, Campos propõe discutir a implementação do passe livre com medidas que podem ser financiadas pela União, como a desoneração de setores e a baixa do preço do combustível.

    Na sabatina, o candidato evitou afirmar de onde sairiam os recursos para custear a gratuidade. "A gente tem que fazer a escolha entre subsidiar os juros para as grandes empresas e arrumar a passagem para o estudante da periferia chegar à escola. Nós somos do time que vamos optar pela educação integral e pelo passe livre", afirmou.

    Questionado se os empréstimos de bancos oficiais teriam então juros mais altos do que os atuais para financiar o passe livre, ele negou. "Não. Estou dizendo o seguinte, na hora de fazer as escolhas, nós estamos fazendo a escolha de chegar no Orçamento da União, aprovaram agora o Plano Nacional de Educação, tem que botar 10% [do PIB] na educação. Vai botar em quê? Nós vamos botar na educação de tempo integral, porque isso muda a vida das pessoas", disse o candidato.

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