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    Rio de Janeiro

    Justiça libera 13 dos 19 manifestantes presos em protesto anti-Copa no Rio

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    15/07/2014 19h57

    Ao menos 13 dos 19 manifestantes presos em operação da Polícia Civil na véspera da final da Copa do Mundo tiveram pedido de liberdade provisória concedida pela Justiça do Rio.

    A reportagem estava no escritório do advogado Marino D'Icarahy, que representa 12 dos presos, quando ele recebeu a notícia.

    A Folha teve acesso a um habeas corpus concedido liminarmente pelo desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, para o ativista Rafael Rego Barros Caruso, que é integrante da Frente Independente Popular, que reúne grupos de esquerda e anarquistas.

    A reportagem também teve acesso a outros dois alvarás de soltura, expedidos para Gerusa Lopes Diniz, conhecida como "G Lo", e Gabriel da Silva Marinho.

    O advogado Lucas Sada, integrante do DDH (Instituto de Defensores dos Direitos Humanos), confirmou à Folha que uma quarta pessoa, a radialista da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), Joseane Maria Araújo de Freitas, também teve liberdade concedida.

    Manifestantes realizam na noite desta terça em frente ao Tribunal de Justiça do Rio uma manifestação contra a prisão dos ativistas. Em um microfone foi anunciada de libertação dos presos. A informação foi comemorada pelos ativistas.

    Às 19h26, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio confirmou que 13 pessoas tiveram habeas corpus concedido pela 7ª Câmara Criminal do Rio. Seus nomes, contudo, não foram divulgados. O processo corre em segredo de justiça e os detalhes da movimentação– que registram os despachos e decisões do processo– não estão disponíveis.

    AS PRISÕES

    Os manifestantes foram presos no último sábado (12), um dia antes da final, em uma investigação que corre na DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), desde setembro do ano passado.

    O juiz da 27ª Vara Criminal, Flávio Itabaiana, emitiu pedido de prisão temporária por cinco dias de 26 pessoas, com base nas investigações que apontavam havia indícios de formação de quadrilha armada pelo grupo e de que planejavam atos violentos na manifestação marcada para o dia da final do torneio.

    Dezenove pessoas foram presas, além de dois menores apreendidos. Entre os maiores, duas pessoas não tinham mandados emitidos em seus nomes, mas foram presos em flagrante– um homem por porte de arma de fogo e uma mulher por posse de drogas. Nove pessoas estavam foragidas.

    No domingo, uma desembargadora do plantão judiciário havia negado pedido de liberdade provisória aos ativistas. A expectativa da defesa é que com base no habeas corpus concedido nesta terça-feira, parte dos dos ativistas restantes seja liberada.

    Duas pessoas devem permanecer por mais tempo na penitenciária, já que a polícia alega que foram encontrados explosivos e gasolina no local onde foram presos. Na coletiva de imprensa realizada na tarde de sábado, a polícia, no entanto, não apresentou o material. O site do jornal O Globo publicou nesta terça uma foto do explosivo que teria sido encontrado com dois dos ativistas.

    Um revólver foi apresentado como parte das provas apreendidas. Segundo advogados que trabalham no caso, o revólver era do pai de um dos menores apreendidos, que trabalharia como segurança patrimonial. O porte de arma do homem estaria vencido e ele foi preso junto com sua filha.

    Entre os presos estão três professores do movimento grevista do Rio, uma coordenadora do programa de pós-graduação em Filosofia da UERJ e uma advogada que atuava prestando assistência jurídica a manifestantes presos.

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