Em discurso para uma plateia de bancários, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta sexta (18) que fica "assustado" com o ódio que a elite tem da presidente Dilma Rousseff e que "não imaginava que o preconceito contra mulher era tão forte".

"Eles não gostam de nós porque aprendemos a andar de cabeça erguida e não vamos abaixar mais", disparou o petista.

O petista retomou o discurso de que Dilma foi hostilizada na abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, por um setor da sociedade. Um de seus principais interlocutores, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), no entanto, já afirmou que as vaias e os xingamentos também parte de outras classes.

Lula classificou de "cretinice" as agressões a Dilma.

"Me assusta o ódio que eles tem contra Dilma, não imaginava que o preconceito contra mulher é tão forte", disse Lula.

O petista afirmou que agora o público que frequenta os estádios é bem diferente do da Copa, são pessoas que não tinham alto poder aquisitivo para comprar os ingressos.

"Houve um tempo em que eu imaginava que o preconceito era contra mim, que era nordestino, não tinha diploma, nem sabia falar português direito, não tem nem concordância, mas não tem problemas. Eu não falo para dicionário, eu falo para o meu povo que me entende", disse.

E completou: "eu sei porque eles não gostam de mim, eu tenho noção, eles ficam pensando assim: poxa vida, nós fizemos universidade, fizemos doutorado, ai vem esse presidente analfabeto e é o que mais colocou gente nas universidades".

Segundo o petista, "não precisa de sabedoria de escola, precisa de sabedoria social".

Lula participou da posse da nova diretoria do Sindicato dos Bancários, ao lado do candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, que não discursou.