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    Público tem consumido mais notícias em smartphones, diz editor americano

    JOSÉ MARQUES
    DE SÃO PAULO

    24/07/2014 15h49

    Editor do "visual team" (equipe visual, em tradução livre) da rede de rádios americanas NPR, Brian Boyer diz que, apesar de seu cargo parecer contrassenso à primeira vista, o investimento em conteúdo multimídia para dispositivos móveis deve ser, cada vez mais, tratado como prioridade em empresas de comunicação.

    Em palestra no congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) nesta quinta-feira (24), Boyler exibiu estatísticas para provar que o público tem abandonado progressivamente o consumo de notícias em plataformas tradicionais e migrado aos smartphones para ler, ver, ouvir ou assistir produtos jornalísticos.

    Segundo ele, na Inglaterra 25% das pessoas abandonaram seus computadores para ler notícias apenas pelos aparelhos móveis.

    A equipe coordenada por Boyer na NPR produz projetos de jornalismo para a internet, seja na web ou em dispositivos móveis, complementando o trabalho da rádio. Para ele, o conteúdo do jornalismo na internet não deve ser apenas superficial e feito para ser lido ou assistido rapidamente.

    "Não é verdade que as notícias [na internet] têm de ser do tamanho de um 'tweet'. A grande maioria das coisas que fazemos é jornalismo bem sério", afirmou.

    Boyer diz que, prioritariamente, desenvolve as reportagens para os smartphones, que têm tela menor, para depois transferir o conteúdo ao desktop. "A tela menor faz você priorizar o design. Depois a gente faz caber no desktop. Os dispositivos móveis nos fazem inovar e nos concentrar no que é prioridade", disse.

    Ele diz que sua tarefa, como editor visual, é "procurar uma audiência que nunca ouviu" a rádio em que trabalha e que a prioridade de seus projetos continuam com o propósito jornalístico tradicional: contar boas histórias.

    "Não faz sentido fazer algo descolado e interativo se não se conta uma história. Como regra, tentamos fazer tudo o menos interativo possível", afirmou.

    Um dos projetos coordenados por Boyer é o "Borderland", uma grande reportagem feita ao longo da fronteira dos Estados Unidos com o México com textos, imagens e vídeos sobre a região.

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