O aeroporto de Cláudio (MG), construído pela gestão Aécio Neves (PSDB) em 2008 num terreno do tio-avô do tucano, área desapropriada pelo Estado, foi incorporado nesta terça-feira (29) ao discurso de campanha do PT mineiro.

O autor da provocação foi o ex-ministro Fernando Pimentel, candidato petista ao governo de Minas, que se referiu ao "aeroporto do titio" como uma das "grandes obras" do PSDB em Minas nos últimos 12 anos.

O ex-ministro inaugurava o seu comitê central, no centro de Belo Horizonte, que irá funcionar juntamente com o comitê mineiro da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT.

Ao fazer a comparação entre os 12 anos do governo Dilma e os 12 anos das gestões do PSDB em Minas, Pimentel disse que o que importa é saber as realizações que cada um tem para mostrar.

"Alguém aqui sabe me dizer uma obra, uma só grande obra do PSDB em Minas? Não vale o aeroporto da fazenda do titio", provocou Pimentel.

Reportagem da Folha mostrou recentemente que o governo mineiro, sob a gestão Aécio, desapropriou o terreno do parente para que no local fosse instalado o aeroporto, ainda não homologado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

A área foi desapropriada pelo Estado antes da execução da obra, mas o tio-avô de Aécio contesta na Justiça o valor proposto pelo governo para a indenização, que ainda não foi paga. Com a desapropriação, o Estado obteve a posse do terreno, mas ele só poderá ser registrado em nome do governo após o pagamento.

A reportagem constatou que a chave do portão do aeroporto fica com parentes de Aécio, o que a Prefeitura de Cláudio posteriomente negou.

Apesar da provocação ocorrida em um ambiente composto basicamente por petistas e aliados de outros partidos, Pimentel tem evitado atacar Aécio, que é bem avaliado no Estado.

	Alexandre Rezende/Folhapress
	Aeroporto construído pelo então governador de Minas, Aécio Neves, em Cláudio (MG)

OUTRO LADO

O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que a construção do aeroporto de Cláudio seguiu critérios técnicos, e que o governo de Minas não levou em consideração o fato de o proprietário do terreno ter parentesco com ele.

A assessoria ressaltou que, durante o processo de definição e execução da obra, não houve qualquer gestão pessoal de Aécio, que governou Minas Gerais de 2003 a 2010.