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    Coordenador de comissão diz que militares querem desqualificar testemunha

    ADRIANO BARCELOS
    DO RIO

    30/07/2014 19h21

    O coordenador da CNV (Comissão Nacional da Verdade), Pedro Dallari, reagiu na tarde desta quarta-feira (30) às críticas do advogado Rodrigo Roca, que representa militares que depuseram na comissão na terça.

    Roca afirmou que a CNV patrocinou erro histórico ao endossar um depoimento do ex-delegado do extinto DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) no Espírito Santo Cláudio Guerra. Ao depor na semana passada, Guerra afirmou que o ex-coronel Freddie Perdigão Pereira aparece em uma fotografia publicada pelo jornal O Globo em 1976, diante do carro em que morreu a estilista Zuzu Angel.

    A presença do coronel no local reforçaria a ligação dos militares com a morte de Zuzu. Mãe de Stuart Angel, a estilista fez mobilização nacional e internacional em busca do filho, que era militante do grupo guerrilheiro MR-8 e desapareceu após ser preso em maio de 1971.

    "Guerra é uma testemunha muito importante e estão tentando desqualificá-lo", disse Dallari. "O advogado (Roca) vem aqui, diz ter ouvido de militares, sem dizer quem, que Perdigão não é o homem da fotografia, e fica por isso? Não tenho razões para desacreditar do Cláudio Guerra até que alguém venha até aqui depor e contradiga esse entendimento. O depoimento de Guerra está incomodando os militares, que querem usar a foto para reduzir sua importância", afirmou.

    OS DEPOIMENTOS

    Na manhã desta quarta-feira, prestaram depoimentos os brigadeiros reformados Jorge José de Carvalho e Antônio da Motta Paes Júnior, ex-comandantes da Base Aérea do Galeão, entre os anos de 1971 e 1974.

    Ambos disseram não ter conhecimento dos casos de tortura na Base Aérea.

    Na quinta-feira (31), deverá depor, às 10h, o coronel reformado Wilson Machado, que era capitão do Exército e dono do carro em que explodiu uma das bombas do Riocentro, que matou seu colega na operação, o sargento Guilherme Pereira do Rosário, e o feriu gravemente.

    Às 15h, ocorrerá o depoimento de Nelson da Silva Machado Guimarães, ex-juiz da 2ª auditoria da Justiça Militar Federal de São Paulo.

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