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    Aécio defende direito de resposta a aliado de Campos

    MARCELA MENDES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CURITIBA

    02/08/2014 11h46

    O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, defendeu o direito de resposta publicado pela Folha sobre reportagem que mostrou suspeita de pagamento de propina em troca de apoio político ao PSB nas eleições de Pernambuco.

    Por decisão da Justiça Eleitoral, a Folha publicou neste sábado (2) direito de resposta do candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara.

    Afilhado político do candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, Câmara foi à Justiça pedir direito de resposta após a Folha publicar reportagem em que o deputado José Augusto Maia (PE) relata ter recebido oferta de propina para que seu partido, o Pros, apoiasse a chapa liderada pelo PSB em Pernambuco.

    "É direito de quem se sente ofendido se justificar. Não conheço em profundidade o assunto, mas eu acho que todo homem público tem que estar pronto para prestar esclarecimentos e obviamente tentar fazer com que esses esclarecimentos cheguem às pessoas", disse Aécio durante agenda de campanha em Curitiba, na manhã deste sábado.

    "Eu não vou comentar especificamente esse caso relacionado à candidatura do Eduardo [Campos], a Justiça entendeu que deveria dar ali um espaço para que o candidato a governador pudesse se manifestar. A verdade é que estamos vivendo em um ambiente eleitoral e as tensões eleitorais elas existem, fazem com que os fatos tomem uma dimensão maior do que talvez teriam no dia a dia. Mas eu acho que a decisão da Justiça deve ser cumprida", afirmou Aécio já em Porto Alegre, na tarde deste sábado (2).

    A reportagem sobre suspeita de propina foi publicada pela Folha em 23 de julho. Segundo Augusto Maia, que chefiava o Pros em Pernambuco, foram feitas em duas ocasiões ofertas de dinheiro para que sua legenda integrasse a chapa de Câmara.

    Câmara teve sua posição publicada pela Folha no mesmo dia da reportagem e também no dia seguinte, quando se manifestou novamente sobre o caso.

    O diretor-executivo da ANJ (Associação Nacional dos Jornais), Ricardo Pedreira, e o diretor da ONG Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, criticaram a decisão da Justiça Eleitoral.

    AEROPORTO

    Também neste sábado, o candidato tucano à Presidência voltou a defender a construção, em sua gestão como governador de Minas, de um aeroporto numa área desapropriada pelo Estado na terra de um tio-avô do senador, em Cláudio (MG), episódio revelado pela Folha.

    "Essas obras do aeroporto, elas se inserem em um conjunto de milhares de obras que foram feitas em Minas Gerais, com absoluta transparência, buscando fazer com que o Estado se desenvolvesse", disse Aécio, que atribuiu a divulgação da informação à disputa política.

    "Nós estamos num momento eleitoral. As acusações vêm, e vêm sobretudo daqueles que veem a perspectiva de derrota cada vez mais próxima", afirmou.

    Ao lado do governador Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição, Aécio criticou as políticas sociais e econômicas do governo Dilma e afirmou que, se eleito, irá "reconciliar o Paraná com o governo federal" e acabar com a "discriminação que existe" contra o Estado.

    Segundo ele, o Estado é um dos que mais contribuem em receitas para a União e que menos recebem retorno de investimentos do governo federal.

    'FAMÍLIA BRASILEIRA'

    Durante a agenda de campanha em Curitiba, Aécio anunciou a proposta de um novo programa de governo na área social, chamado Família Brasileira.

    "Vamos classificar a precariedade e as demandas das famílias que estão hoje no cadastro único em cinco níveis, porque, na nossa visão, a pobreza não pode ser analisada e cuidada apenas na vertente da privação da renda. Temos que falar da privação de serviços de qualidade e da privação de oportunidades também", disse ele.

    Segundo o tucano, a proposta foi inspirada no programa do governo Richa Família Paranaense. Aécio não deu mais detalhes sobre o projeto e disse que ele será apresentado ao longo da campanha eleitoral.

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