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    Lindbergh defende retomada dos Cieps e 'freio de arrumação' de UPPs no Rio

    ADRIANO BARCELOS
    DO RIO

    05/08/2014 13h03

    Daniel Marenco/Folhapress
    O candidato petista ao governo do Estado do Rio, Lindbergh Farias, e a apresentadora Liane Borges
    O candidato petista ao governo do Estado do Rio, Lindbergh Farias, e a apresentadora Liane Borges

    O candidato Lindbergh Farias (PT) abriu, na manhã desta terça-feira (5), a série de sabatinas com os candidatos ao governo do Estado do Rio promovida em parceria entre o portal UOL, o SBT e a Folha.

    Durante os 45 minutos de duração do programa, o candidato enfatizou vários temas e centrou críticas especialmente à gestão do governador Luiz Fernando Pezão e de seu antecessor Sérgio Cabral, ambos do PMDB.

    Ele se comprometeu com a continuidade do projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), mas defendeu que a consolidação das atuais estruturas é mais importante do que uma eventual expansão.

    "É preciso fazer um 'freio de arrumação' nas UPPs. A UPP é adequada para áreas dominadas pelo tráfico armado, não é para todos os lugares. É preciso consolidar as que existem porque seria uma grande derrota se os bandidos expulsarem a polícia. Primeiro tem que se ganhar essa guerra, mas essa guerra não se ganha só com polícia', disse Lindbergh.

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    "Os policiais formados serão direcionados para a Baixada. As UPPs estão sob ataque. Sair ampliando é irresponsável, temos que ganhar a guerra. E as UPPs podem não ser financeiramente sustentáveis, inclusive."

    Em uma diretriz que norteou suas propostas, o candidato petista acusou o governo atual de elitizar suas prioridades, administrando "para o Rio do cartão postal" em detrimento de áreas carentes e populosas, como a Baixada Fluminense. Lindbergh foi comedido nas promessas, garantindo que não vai se comprometer com qualquer obra sem apontar a origem dos recursos para bancá-la. A exceção foi a Educação, área em que prometeu aporte de recursos.

    Lindbergh afirmou que, se eleito, construirá "cem Cieps do século 21", referindo-se à política de educação do então governador Leonel Brizola (1983-1997 e 1991-1994), quando ele concebeu e implantou os Centros Integrados de Educação Pública, escolas de tempo integral com atividades específicas no contraturno para alunos de áreas carentes.

    A proposta de Lindbergh é fazer com que as estruturas sejam adequadas aos tempos modernos.

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    "O pior que um governante pode fazer é entrar e parar o que vinha fazendo o anterior. Eu quero deixar como marca ser o governador da educação, que vai fazer o Ciep do século 21. Hoje, 30% dos jovens nem trabalham, nem estudam. Temos de fazer uma política para esses jovens, com qualificação profissional e visando o primeiro emprego. Temos o plano de fazer pelo menos cem Cieps", disse o candidato.

    Nas críticas ao atual governo, Lindbergh centrou esforços no transporte público, cobrando proatividade do poder púbico na fiscalização dos serviços concedidos.

    "Falta mais presença do Estado. O governo foi capturado pelos interesses das empresas privadas. Em vez de fiscalizar, o governo parece sócio das empresas. Não estão cumprindo os contratos. Não falo de reestatizar, mas o fato é que o Estado do Rio não cumpre o papel de fiscalizar", opinou.

    Lindbergh hoje critica o governo do PMDB, de quem foi aliado no passado. Senador na mesma chapa que elegeu Cabral governador, o petista explicou a mudança de postura.

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    "O governo (Cabral) começou bem com as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), as UPPs, ía bem na questão financeira, chegou a fazer superávit de R$ 6 bilhões. No segundo mandato, se dedicaram ao Rio do cartão postal. Problemas como o da falta d'água na Baixada poderiam ser resolvidos sim, mas não foi prioridade para eles."

    O senador, que no passado dissera que não deixaria o Senado para concorrer a governador, explicou a mudança de opinião: "(O governo) se perdeu no meio do caminho. Quero defender a pauta da vidas das pessoas. Naquele momento achava que não, mas hoje vejo que a minha candidatura é necessária".

    Sobre o quadro político, em que divide o apoio à presidente Dilma Rousseff (PT) com Pezão, Marcelo Crivella (PRB) e Anthony Garotinho (PR), ele disse compreender –embora não esconda ter mais afinidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    "Gosto da Dilma, mas a relação com Lula é muito próxima. Lula foi incentivador da minha candidatura. A parceria do PT com o Rio já trouxe muitos recursos", afirmou.

    "Aqui no Estado do Rio é diferente. São quatro candidatos, mas o PMDB trai Dilma de manhã, de tarde e de noite. O PMDB não tem postura correta com Lula e Dilma".

    Lindbergh respondeu ainda se tem temor de que pontos de sua vida pessoal virem tema de campanha. Na juventude, o petista admite ter tido envolvimento passageiro com drogas.

    "Não tenho medo que apareçam [questões do passado]. O que aconteceu é que tive um problema rapidamente resolvido, pontual, quando meu pai morreu. Acho que posso falar para essa juventude", acrescentou.

    A sabatina contou com a participação, como entrevistadores, dos jornalistas Mauricio Stycer, do UOL, Fernanda Godoy, da Folha, e Humberto Nascimento, editor-chefe do SBT Rio.

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