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    PSOL pede investigação contra Bethlem no Conselho de Ética

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    05/08/2014 17h27

    O PSOL protocolou nesta terça-feira (5) uma representação por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara para que o colegiado investigue as denúncias de que ele recebeu dinheiro de entidades quando era secretário municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro, em 2011, e de não ter declarado à Justiça Eleitoral a existência de uma conta sua na Suíça.

    O documento foi assinado pelo presidente nacional do partido, Luiz Araújo, e foi subscrita pelos deputados da sigla na Câmara. Segundo o deputado Chico Alencar (RJ), há um entendimento jurídico de que, mesmo licenciado da Câmara, Bethlem não perde o vínculo com o Legislativo e deve atuar de acordo com os preceitos do decoro parlamentar. Ele entregou a representação ao presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PSD-SP).

    "Diante da gravidade dos fatos, que infelizmente mais uma vez mancham a imagem do Parlamento, o PSOL resolveu apresentar esta representação. Os fatos são escandalosos demais para não serem investigados por este Conselho. E o deputado, que agora desistiu da reeleição, terá oportunidade de explicar o inexplicável", disse Chico Alencar.

    Rafael Andrade/Folhapress
    Rodrigo Bethlem durante operação da Secretaria de Ação Social
    Rodrigo Bethlem durante operação da Secretaria de Ação Social

    Gravações de áudio e vídeo, reveladas pelos sites das revistas "Veja" e "Época" no fim de julho, mostram o ex-secretário admitindo receber propina na Prefeitura do Rio, além de ter uma conta na Suíça. Bethlem foi filmado por sua ex-mulher, a empresária Vanessa Felippe, 38, filha do presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (PMDB). Para o PSOL, mesmo que a gravação tenha sido feita sem o consentimento do deputado, ela não retira sua legitimidade.

    De acordo com as gravações, Bethlem, que deixou a secretaria de Governo em abril passado, teria desviado recursos em convênios da prefeitura carioca na área social. A propina chegaria a R$ 70 mil por mês. De acordo com a edição online da revista "Veja", o deputado federal confessou os desvios em uma discussão com Vanessa. Eles se divorciaram após 16 anos. Bethlem desistiu de concorrer à reeleição após as denúncias.

    O PSOL alega que as confissões do deputado "revelam prática incompatível com o decoro parlamentar e cobra abertura de processo de investigação, oitiva dos envolvidos e sanções cabíveis".

    O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), protocolou na semana passada, uma representação contra Bethlem na Corregedoria da Casa para apurar as denúncias. Assim que o processo for iniciado, o deputado será notificado e terá cinco dias para apresentar sua defesa prévia no órgão. O corregedor, deputado Átila Lins (PSD-AM) deverá então, investigar as denúncias e elaborar um parecer que será encaminhado à Mesa Diretora da Casa. Se ele apurar que há indícios de quebra de decoro parlamentar, o processo poderá seguir para o Conselho de Ética da Casa.

    A bancada do PSOL na Câmara Municipal do Rio propôs a criação de uma CPI no estado para investigar a conduta de Bethlem.

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