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    Campos diz que aumentará subsídios ao agronegócio e defende Marina

    RENATA AGOSTINI
    AGUIRRE TALENTO
    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    06/08/2014 11h44

    Joel Rodrigues/Folhapress
    Campos apresenta programa para setor agrícola em sabatina na CNA, em Brasília
    Campos apresenta programa para setor agrícola em sabatina na CNA, em Brasília

    Em discurso a representantes do agronegócio, Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República, prometeu aumentar mecanismos de proteção de renda e investir em logística por meio de parcerias com o setor privado. A fala ocorreu em evento promovido pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

    O ex-governador de Pernambuco afirmou que irá melhorar o sistema de seguros e fortalecer a interlocução dos agricultores e pecuaristas com Brasília, com mudanças no Ministério da Agricultura e criação de um conselho nacional para tratar dos temos do setor.

    "Precisamos articular crédito, seguro e preço mínimo. Porque crédito sem seguro mata quem produz, quem arrisca. O sistema de seguro é muito tímido, só para catástrofe, mas não para proteção da renda", disse nesta quarta-feira (6).

    "Não adianta ter R$ 200 bilhões de crédito e faze conta de palito na hora de viabilizar os subsídios e as subvenções do campo."

    Campos procurou manter um discurso objetivo, abordando problemas do setor, e fez somente ao final uma referência às questões ambientais, como a economia de baixo carbono, tema central da pauta de Marina Silva, sua candidata à vice.

    Na sessão de perguntas da entidade, contudo, foi questionado sobre o "radicalismo ambiental" que prejudica o agronegócio e correu em defesa de Marina. Ele afirmou que o Ministério do Meio Ambiente sob a "liderança" de Marina Silva "levou o país a liderar o debate ambiental nos fóruns internacionais, algo muito relevante para o Brasil estrategicamente, e fez um diálogo importante".

    ECONOMIA

    Campos voltou a falar em investimentos em infraestrutura que envolvam parcerias com o setor privado "sem preconceito". Reforçou ainda seu comprometimento em perseguir a meta de inflação.

    "A governança macroeconômica é fundamental. Adotar o tripé [macroeconômico] como verdade e não faz de conta. Uma política coordenada que nos leve ao lugar certo, que não mate produtividade", disse.

    O candidato pessebista afirmou ainda que irá investir em novos acordos comerciais. Segundo ele, o Brasil ficou "amarrado" aos insucessos do Mercosul e da Rodada Doha da OMC (Organização Mundial do Comércio) e não avançou nos últimos anos.

    "Precisamos de uma visão de relações exteriores inspirada na constituição. Não podemos ter política externa de partido, mas de Estado", afirmou.

    O discurso de Campos foi marcado por afagos ao setor. Segundo ele, o cenário de dificuldade econômica, resultado de baixo crescimento e inflação elevada, vem sendo atenuado pelo desempenho do agronegócio. Ele prometeu manter capacidade de diálogo com o setor e se relacionar sem "ranços" ideológicos.

    "O agronegócio ficou mais global do que outros setores [da economia brasileira]. Fez com que muitas inovações ocorressem, avançou. O agronegócio é hoje 23% do PIB, 26% dos empregos, 42% das exportações. Temos a capacidade de ir mais longe, de perceber que esse mundo em crise tem outro contexto", afirmou.

    REFORMA AGRÁRIA

    Após ter feito promessas genéricas nas áreas de reforma agrária e demarcação de terras indígenas, Campos foi questionado em entrevista coletiva sobre metas e prazos para realizar as reformas. O candidato, contudo, evitou se comprometer com promessas concretas e disse que é necessário "retomar o diálogo", afirmando que as ações no campo foram paralisadas sob a atual gestão.

    "Vamos avançar com essa pauta, se for possível avançá-la, não depende de decisão do presidente, mas você precisa fazer a pauta andar", afirmou. "A mesma coisa no que diz respeito às terras indígenas. Não tem como definir metas, porque isso passa por estudos antropológicos de definição de terras indígenas".

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