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    PPS pedirá que CPI mista da Petrobras chame contadora de Youssef

    DE SÃO PAULO

    09/08/2014 12h52

    O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que protocolará na CPI mista da Petrobras um pedido de convocação de Meire Bonfim da Silva Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef.

    A contadora do doleiro disse em depoimento à Polícia Federal, obtido pela Folha, que as empresas que pagavam por serviços de consultoria de firmas de Youssef sabiam que estavam contratando uma fraude.

    A consultoria era a maneira formal que as empresas encontravam para repassar dinheiro a políticos e servidores, segundo acusação da PF na Operação Lava Jato. O depoimento é considerado pela polícia como uma das principais provas contra as empreiteiras que estão sendo investigadas sob suspeita de superfaturarem contratos já prevendo retirar a propina do valor adicional.

    A revista "Veja" também publicou na edição deste fim de semana detalhes sobre como funcionava o megaesquema que tinha como supostos beneficiários empreiteiras, políticos e agentes públicos.

    De acordo com a reportagem, a funcionária de Youssef teria visto "malas de dinheiro saindo da sede de grandes empreiteiras, sendo embarcadas em aviões e entregues às mãos de políticos. Durante três anos, Meire manuseou notas fiscais frias, assinou contratos de serviços inexistentes, montou empresas de fachada e organizou planilhas de pagamento".

    O requerimento do líder do PPS, que deve ser apresentado na próxima segunda-feira (11), afirma que a presença da contadora na CPI mista da Petrobas é "essencial para os trabalhos da comissão".

    "Parece que esta mulher conheceu, como poucos, a arquitetura e a operação do sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que atingiu o montante de R$ 10 bilhões. Também chama a atenção dos nomes por ela citados de parlamentares federais. Isto tudo precisa ser investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito", afirmou Bueno.

    A contadora também cita o caso de uma empreiteira, integrante de um consórcio que fez obras na refinaria da Petrobras em Paulínia (SP), pelas quais recebeu pouco mais de R$ 1 bilhão. A empreiteira pagou R$ 3,8 milhões à GFD Investimentos, empresa de fachada do doleiro que oferecia consultorias. O Ministério Público Federal considera que os R$ 3,8 milhões ficaram com Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e com o doleiro.

    O parlamentar disse que irá conversar com os líderes do DEM e do PSDB sobre outras iniciativas que a oposição pode tomar também em conjunto. Bueno também pretende "reforçar na CPMI o pedido para votar os requerimentos de quebra de sigilos das empreiteiras citadas no caso".

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